Em um mundo de likes, stories, ostentação, exposição e imediatividade, a pergunta que fica é como estas características modernas podem influenciar nas relações e na saúde mental dos indivíduos. Um recente anúncio feito pelo criador do Facebook, Mark Zuckerberg durante a conferência F8, pode ser um alerta de que até os detentores das principais redes sociais estão preocupados com esses impactos.
O Instagram anunciou que fará testes para esconder o número de curtidas que uma foto recebe e até mesmo o número de seguidores em perfis poderá ficar privado. A rede justificou as mudanças como uma forma de conter a ansiedade e problemas psicológicos causados pela rede social, especialmente em adolescentes.
Atualmente, as ferramentas digitais são uma importante fonte de conhecimento e, em particular, as redes sociais funcionam como um espaço de relacionamento para as mais diversas gerações. No entanto, o uso demasiado dessas ferramentas por crianças e adolescentes, sem o devido controle dos pais e responsáveis, pode expô-los a informações e influências indesejadas, e inclusive à ansiedade e à depressão.
A psicóloga da Holiste Ethel Poll reconhece a internet/rede sociais como mais uma opção de informação, entretenimento e relacionamento, mas defende o limite de exposição às ferramentas e a prática de um diálogo aberto entre pais e filhos “de forma ‘desarmada’, dispostos a contribuir e também aprender com os jovens sobre este universo”.
Ela também pontua que quem produz algo na internet o faz buscando seguidores, espera ser querido, amado, espera que as pessoas gostem de suas produções, busca ser uma referência, um formador de opinião.
“Conversar com os jovens sobre o excesso de expectativas é importante para que aprendam a administrar suas frustrações e ou decepções diante da rede”.
A psicóloga e coordenadora do Núcleo Infanto-Juvenil da Holiste, Daniela Araújo, destaca que as redes sociais podem desencadear problemas psicológicos sim, mas também não se pode demonizar esses recursos.
“Tem que tomar muito cuidado com isso. Se a gente pensa que a tecnologia também é muito utilizada como uma defesa, para algumas pessoas ela pode fazer uma função. Vamos supor: um jovem com dificuldade em estar se relacionando no mundo real, no cara a cara, e se utiliza da tecnologia cada vez mais, se ensimesmando nesse universo. Aí, o uso que ao mesmo tempo é maléfico está fazendo uma função. Se a gente tira isso totalmente, o prejuízo, o dano, pode ser maior”, alerta a psicóloga.
Informações: Litiane de Oliveira
Executiva de Contas
Agência de Textos Comunicação Corporativa