Por André Bouzas – cirurgião oncológico
Embora seja uma doença de comportamento agressivo, o câncer de colo de útero é altamente prevenível. Apesar disso, os dados preocupam: no Brasil, a doença atinge mais de 16 mil mulheres por ano, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca). Por ser, com frequência, assintomática, 60% dos casos são diagnosticados em estágios avançados e 35% das pacientes com diagnóstico morrem pela ação do tumor. Causado pela infecção persistente provocada por alguns tipos do papiloma vírus humano (HPV), este que é o quarto tipo de câncer mais frequente em mulheres pode ser evitado pela vacina contra o HPV e, principalmente, pelo exame de Papanicolau, mais conhecido como preventivo. E esses são os grandes alertas da campanha Janeiro Verde, em curso até o fim deste mês.
Embora a infecção pelo HPV seja muito frequente, na maioria dos casos ela é transitória, com regressão espontânea. Contudo, em algumas pacientes, a infecção persiste e, quando o agente causador é um tipo viral oncogênico, as lesões precursoras podem progredir para o câncer, principalmente no colo do útero, mas também na vagina, vulva, ânus, orofaringe e boca. Nos homens, lesões causadas pelo HPV também podem evoluir para câncer de pênis.
Segundo o cirurgião oncológico André Bouzas, após o contágio pelo HPV, geralmente transmitido por via sexual, quando o sistema imunológico não consegue combater o vírus, células anormais se desenvolvem na parte do útero que fica em contato com a vagina e causam lesões precursoras do câncer. “Nesta fase, até podem surgir sangramento vaginal, corrimento e dor, mas o mais comum é a ausência de sintomas. Por isso o Papanicolau precisa ser feito anualmente por todas as mulheres desde o início de sua vida sexual, pois é através dele que as lesões pré-câncer podem ser identificadas e tratadas”, destacou.
Ainda segundo o mestre em oncologia, a vacina contra o HPV, que protege contra os tipos mais perigosos desse vírus, é segura, eficaz e sua administração é recomendada antes do início da atividade sexual para meninas dos 9 aos 14 anos e também para os meninos dos 11 aos 14. “Além de não tomar a vacina contra o HPV, outros fatores contribuem para facilitar o aparecimento dessa doença. São eles: o início precoce da atividade sexual, múltiplos parceiros, outras infecções sexualmente transmissíveis, número elevado de gestações, uso contínuo de contraceptivos orais por longo prazo e tabagismo”, elencou o médico assistente do Serviço de Oncoginecologia do Hospital da Mulher, professor do curso de medicina da Universidade do Estado da Bahia (UNEB) e diretor do núcleo de cirurgia oncológica do Instituto Baiano de Cirurgia Robótica (IBCR).
Quanto mais precoce o diagnóstico da doença, menos invasiva é a cirurgia e maiores são as chances de cura. Nos estágios mais avançados, quimioterapia e/ou radioterapia costumam ser necessárias. O tipo de tratamento depende do estadiamento da doença, tamanho do tumor e fatores pessoais, como idade e desejo de preservação da fertilidade. No caso da auxiliar administrativa Bárbara Camila Souza Silva (34), a cirurgia de histerectomia total (remoção cirúrgica do útero, trompas adjacentes e ovário) foi suficiente.
Ela conta que sempre fez seus exames periódicos anuais com a devida regularidade, mas em uma determinada ocasião, esqueceu de pegar o resultado. Quando, após um ano e meio, voltou à médica para repetir o preventivo, já no exame clínico a ginecologista identificou uma lesão e chegou a fazer uma cicatrização. “Enquanto fui ao banheiro, ela abriu o resultado do último preventivo e viu que já havia o indicativo de um câncer. O susto foi enorme, claro. A princípio, tive muito medo, chorei, pensei que fosse morrer e deixar meu filho de 3 anos órfão. Mas, como sou uma pessoa de muita fé, logo Deus confortou meu coração e eu tive certeza de que, com o importante apoio de seu esposo, irmãs e colegas de trabalho, eu venceria”, contou.
Após a biópsia que confirmou o câncer, Bárbara passou por oncologista, fez ressonância magnética e chegou até o cirurgião André Bouzas, que a operou. “Graças a Deus, o tumor não evoluiu para nenhum outro órgão e só a cirurgia resolveu minha situação. A maior lição que aprendi foi a de que todo o cuidado é pouco e que os resultados dos exames que fazemos não podem ser negligenciados. Sempre fiz meus exames periódicos religiosamente e tive essa surpresa, imagine o que poderia acontecer se eu não me cuidasse!”, concluiu a paciente, já curada.
Matéria: Cinthya Brandão


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