Os números regressivos das inscrições para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) são reflexos dos problemas estruturais que o Brasil enfrenta, é o que apontam especialistas. O Ministério da Educação divulgou que houve 4,6 milhões de pré-inscrições no Enem 2023, revelando um fluxo superior na comparação das últimas duas edições do exame. Porém, o número é preliminar, visto que o prazo para pagamento da inscrição se encerra nesta quarta-feira, dia 21.
Para a professora da Faculdade de Educação e do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Ana Karina Brenner, há uma soma de fatores que podem explicar o que tem afastado os jovens e adultos do Enem. “Mas, com certeza isso não se deve a um fator subjetivo”, completa.
“É uma questão multifatorial e estrutural. Vem caindo desde 2015, mas recuou mais acentuadamente a partir de 2017, quando o Enem deixou de ter a dupla função que ele tinha: de avaliador que pontuava para dar ingresso ao ensino superior e também de certificador de conclusão do ensino médio. Tinha muita gente que se inscrevia para fazer o Enem não porque estava disputando uma vaga no ensino superior, mas porque estava tentando se certificar para o ensino médio, que era um diploma importante para abrir portas para o mercado de trabalho”, analisou Brenner, em entrevista.
Agência Brasil