Através de cânticos entoados com a língua mãe do povo Pataxó, a Patxohã, trezes indígenas realizaram um sonho: ser as primeiras pessoas a concluírem o Ensino Médio na escola da Aldeia Juerana, em Santa Cruz Cabrália (BA). A unidade de ensino, que é um anexo do Colégio Estadual Indígena de Coroa Vermelha, preserva as tradições, propiciando aos estudantes um olhar de mundo analisado e interpretado sob a ótica da ancestralidade de seu povo. A cerimônia, realizada neste sábado, dia 18, contou com líderes indígenas, comunidade escolar, representantes da Secretaria da Educação do Estado (SEC) e autoridades locais.
De acordo com o subsecretário da Educação do Estado, Danilo Melo, que representou o secretário Jerônimo Rodrigues, a Educação Indígena é fundamental para oferecer aos estudantes possibilidades de ressignificar e interpretar todas as manifestações acadêmicas através da ótica e saberes tradicionais de cada povo. Já para Raiane Araújo, de 18 anos, filha de uma das formandas, a artesã Neusa Araújo, a conquista da mãe é uma vitória para toda a comunidade. Para Kãtara Pataxó, liderança indígena, a concretização dos sonhos dessas 13 estudantes demonstra resistência de um povo.
Ainda no município de Santa Cruz Cabrália, foi lançado, no Colégio Estadual Indígena de Coroa Vermelha, o documentário Memórias e Saberes: Escolas Indígenas da Bahia, realizado pela produtora Ajayô Filmes, com a direção de Chico Soares. O curta mostra a trajetória para a construção das diretrizes curriculares da educação escolar indígena no estado, que tem experiências nas regiões de Paulo Afonso, Ilhéus e Santa Cruz de Cabrália. O documentário será exibido na TVE Bahia, neste domingo, dia 19, às 16h.
Editado pelo Tribuna do Recôncavo | Informações: SEC