Aconteceu na tarde de quarta-feira (14) no Auditório do Instituto Federal da Bahia, no bairro dos Barris, em Salvador, a Roda de Conversa: Diversidade de Crenças, como parte da programação da ‘Semana Futuro Negro’, idealizado pelos Agentes de Pastoral Negros ( APNS) que celebra 41 anos de resistência em 2024. O evento foi idealizado pelos alunos do Instituto Federal da Bahia (IFBA) e membros da Agentes de Pastoral Negros Bahia – APNS.
Estiveram presentes o ogan e gestor cultural Sandro Sussuarana, fundador do Sarau da Onça no bairro da Sussuarana, Padre Lázaro Muniz, pároco da Irmandade do Rosário dos Homens Pretos e a Yalorixá Déa Clarissa, do Ilê Axé Oyá Minile, localizado no bairro de Itapuã. Gabriel Borges, estudante de Engenharia Mecânica e Lígia Tavares Conceição, estudante de Eletrotécnica.
Com um formato de vídeocast nas instalações do Auditório do IFBA, os participantes convidados dialogaram sobre temas como letramento na fé, intolerância religiosa, o efeito da tecnologia nos Terreiros e Igrejas de Salvador e os avanços da literatura voltada para assuntos relacionados a difusão de conteúdo que perpetua o legado ancestral na Bahia.
‘Quem não ouve quieto, ouvi coitado’, afirmou o Padre Lázaro Muniz, pároco da Irmandade do Rosário dos Pretos, Centro Histórico de Salvador. Nascido e criado no bairro da Vasco da Gama, Padre Lázaro enfatiza a fé legítima como um legado de vitória para além da religião escolhida pelo ser humano na Terra.
Para Vinícius Casais, professor de Biologia do IFBA, a Semana Futuro Negro 2024 só fortalece o valor imagético dos estudantes negros, negras e negres que estudam no instituto já que as atividades realizadas nos equipamentos cedidos em parceria com o IFBA possibilitam que os estudantes conheçam a história presencial de pessoas negras no campo das artes, das políticas públicas, da cultura em espaços religiosos em nossa Bahia.
Já Sandro Sussuarana lembrou a fala da sua mãe que afirmava na sua infância que ‘pode faltar um pouco de farinha, mas educação não pode’. Para o ogã, o letramento na fé é uma realidade e que o universo digital não pode ultrapassar o respeito e os limites presentes na hierarquia dentro dos terreiros.