Cidadão pode questionar cobrança indevida do Estado

Cidadão pode questionar cobrança indevida do Estado - direito, artigosImagem de Steve Buissinne por Pixabay

Por Gabriel Quintanilha – Advogado

Cobranças de impostos que não são da alçada de entes federativos e que mesmo assim são enviadas aos cidadãos podem ser questionados na Justiça. Em julgamento recente, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que o poder público não pode cobrar a taxa de incêndio, por exemplo, muito comum em alguns municípios. A conclusão foi proferida após os ministros analisarem um caso de cobrança de taxa dessa natureza no Estado de Minas Gerais.

“A taxa de incêndio jamais poderá ser cobrada pelos municípios por ser o combate ao incêndio uma atribuição dos Estados. No entanto, com esse julgamento pelo STF, fica claro que tal cobrança é indevida por ser o serviço de combate ao incêndio um serviço prestado a toda a coletividade, que não pode ser remunerado por taxa que se presta a serviços específicos e divisíveis prestados ao contribuinte ou postos à sua disposição”, detalha Gabriel Quintanilha, advogado especializado nas áreas de Direito Financeiro e Tributário.

“O STF entendeu que o serviço de combate a incêndio é um serviço genérico. A cobrança da taxa é inconstitucional por qualquer ente federado”, explica.

(mais…)

ARTIGO – Falsas aplicações de vacina podem levar à prisão

ARTIGO - Falsas aplicações de vacina podem levar à prisão - direito, artigosFoto: Tânia Rego/ Agência Brasil

Por Mérces da Silva Nunes – advogada

Vídeos com falsas aplicações de vacina contra o coronavírus têm circulado com muita frequência nas redes sociais e em aplicativos de mensagens instantâneas, causando espanto de toda a sociedade. De acordo com Mérces da Silva Nunes, advogada e autora de obras e artigos sobre Direito Médico, quem pratica esse tipo de ato está sujeito a penalidades criminais.

“As responsabilidades precisam ser identificadas para que quem pratica esse tipo de crime tenha a dimensão de que está sujeito a ser condenado. Em um primeiro momento, existe a responsabilidade criminal: se o enfermeiro ou enfermeira for funcionário público, trata-se de crime de peculato, que prevê uma pena bastante alta de 2 a 12 anos de prisão e multa”, destaca ela.

Caso não seja um funcionário público, a pena é mais branda, mas há consequências, pois, não deixa de causar uma marca na vida desse indivíduo em relação à sua carreira. O conselho profissional pode abrir um processo disciplinar e, se ficar provado que ele efetivamente praticou aquela conduta criminosa, pode perder o registro e ficar impedido de trabalhar na sua área de formação. (mais…)

ARTIGO – A redução de salários acabou; a suspensão do contrato acabou; e a pandemia continuou. E agora José?

ARTIGO - A redução de salários acabou; a suspensão do contrato acabou; e a pandemia continuou. E agora José? - direito, artigosImagem de Steve Buissinne do Pixabay

Por Otavio Calvet – Juiz do Trabalho

Parafraseando o poeta, precisamos dialogar sobre a necessidade de criarmos mecanismos a fim de que as empresas possam enfrentar as necessidades de isolamento social mantendo suas atividades, para de que também os trabalhadores possam manter suas ocupações e renda.

As regras excepcionais criadas pelas Medidas Provisórias 927 e 936, esta convertida na Lei 14.020/2020, precisam ser reeditadas, a fim de que os empregadores consigam novamente utilizar de alternativas para continuarem a existir e, assim, viabilizarem a sobrevivência digna dos trabalhadores a eles vinculados. Como se sabe, o arcabouço normativo trabalhista criado para enfrentar a pandemia do coronavírus não mais se encontra em vigor, limitado que estava, na melhor das hipóteses, ao estado de calamidade pública declarado pelo Decreto Legislativo até 31 de dezembro de 2020.

Como infelizmente a pandemia não cessou e, pior, seus efeitos se agravaram em 2021, cumpre indagar se seria possível hoje, sem nenhuma medida provisória excepcional em vigor, ou alguma regra jurídica específica, permitir que empregados e empregadores utilizem das mesmas medidas dos diplomas já revogados ou limitados temporalmente em seus efeitos. (mais…)

ARTIGO – Novo auxílio emergencial é menor, mas ainda impacta famílias

ARTIGO - Novo auxílio emergencial é menor, mas ainda impacta famílias - direito, brasil, artigosFoto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil

Por Thaluana Alves – Advogada

Concedido para pessoas em situação de vulnerabilidade social, o novo auxílio emergencial teve seus valores alterados em 2021. Conforme as regras da Medida Provisória 1039/21, o pagamento já está sendo feito, desde o dia 6 de abril, em quatro parcelas mensais, de abril a julho. Cerca de R$ 44 bilhões foram destinados ao auxílio emergencial por meio da promulgação da Emenda Constitucional 109/2021, a chamada PEC Emergencial.

Mesmo com a redução dos valores, por conta de questões orçamentárias, o benefício deve ter impacto para as famílias que o receberem. “O auxílio emergencial tem se mostrado uma fonte de subsistência para boa parte da população. Promove a redução da pobreza e faz girar a economia como um todo, pois as pessoas que recebem vão gastar e favorecer principalmente os pequenos comércios”, destaca Thaluana Alves, especialista em Direito do Trabalho e Direito Empresarial.

Além da mudança dos valores, dessa vez só um membro de cada residência poderá receber o pagamento. “Não será preciso fazer novo cadastro ou atualizar o já existente, pois a nova rodada é uma extensão dos primeiros pagamentos e não serão aceitos novos cadastros”, explica a advogada. No ano passado foram duas rodadas de auxílio: cinco parcelas de R﹩ 600 e quatro de R﹩ 300. Mulheres chefes de família receberam o dobro desses valores e mais de uma pessoa por família tinha direito ao recurso. Confira as principais dúvidas: (mais…)

Falha no INSS: como agir diante de recusa do auxílio-doença

Falha no INSS: como agir diante de recusa do auxílio-doença - direitoFoto: Marcello Casal Jr/ Agência Brasil

Mais de 30 mil pedidos de auxílio-doença previamente concedidos foram negados pelo INSS em razão de uma falha no sistema operacional do órgão. Segundo denúncia da Associação Nacional de Médicos Peritos (ANMP), esses indeferimentos foram provocados por uma falha na sincronização de dados entre a base do Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS) e do Sistema de Administração de Benefícios por Incapacidade (Sabi). No total, 31.150 trabalhadores em todo o Brasil foram prejudicados.

A advogada Thaís Cremasco, especialista em Direito do Trabalho e Previdenciário, orienta o trabalhador que teve o seu auxílio-doença reprovado a apresentar um recurso junto ao órgão. “O contribuinte pode apresentar esse recurso por meio do site do INSS ou entrar com uma ação judicial para corrigir o erro, mas o prejuízo é enorme porque sem o deferimento, ele não terá acesso ao benefício”, afirma.

Falha no sistema do órgão negou mais de 30 mil pedidos de auxílio-doença já autorizados

De acordo com a ANMP, mesmo com o reconhecimento da incapacidade comprovada pelo perito médico, o sistema passou a indeferir automaticamente os benefícios por ausência de vínculos ativos no CNIS (Cadastro Nacional de Informações Sociais). O INSS confirmou, em comunicado, a falha no compartilhamento de informações. (mais…)

Artigo – Surto de PM expõe a desassistência de saúde mental na pandemia

Artigo - Surto de PM expõe a desassistência de saúde mental na pandemia - noticias, direito, bahiaFoto: Alberto Maraux/ SSP

Por Fabiana Nery – Psiquiatra

No último domingo (28), um policial militar realizou disparos contra a equipe do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) na região do Farol da Barra, em Salvador. De acordo com a psiquiatra Fabiana Nery, o homem – que estava com o rosto pintado nas cores verde e amarelo, carregando um fuzil e uma pistola – apresentava sinais de um quadro de surto psicótico e expôs o agravamento da saúde mental e a falta de atendimento psiquiátrico durante a pandemia.

Para a especialista, que é perita psiquiátrica, é importante salientar que os surtos psicóticos não acontecem de uma hora para outra, eles vão sendo anunciados pelo paciente gradativamente. Assim, antes de realizar atos como o do PM, o paciente vai dando sinais, mas não recebe a devida atenção, as pessoas se negam a enxergar o que está acontecendo e, por isso mesmo, a necessidade de assistência médica profissional para evitar esse tipo de desequilíbrio.

Quando a situação aparece de forma gritante, extraordinária, é exatamente porque foi negada a existência da doença mental. “A situação de desassistência de saúde mental que a gente encontra hoje é grande. Ainda mais em uma situação de quarentena. Isso aumenta o nível de estresse e pode ser um gatilho para um episódio de surto”, explica Fabiana. (mais…)