Palestra, vídeos, visitação à usina fotovoltaica, oficina e distribuição e plantio de mudas marcaram a Semana do Meio Ambiente na Embrapa Mandioca e Fruticultura em Cruz das Almas (BA). A programação elaborada pelo Comitê Local de Sustentabilidade (CLS) aconteceu de 5 a 7 de junho e começou com o balanço apresentado pelo secretário-executivo do CLS, Marcelo Amaral, das ações ambientais desenvolvidas na instituição e os principais desafios enfrentados. Ele exibiu também o vídeo “Como funciona a coleta seletiva na Unidade?”, produzido pelo CLS em conjunto com o Núcleo de Comunicação Organizacional (NCO).
Em seguida, colegas e colaboradores visitaram a usina fotovoltaica, em operação desde janeiro, que conta com 985 placas solares e responde hoje por cerca de 53% da energia consumida na UD. “Já geramos uma economia total até o momento de aproximadamente R$ 156 mil. Em relação ao impacto ao meio ambiente, com esse equipamento, já evitamos a emissão de 31,66 toneladas de CO2 na atmosfera, o que equivale a 141 árvores economizadas, apenas nesses cinco meses desde a implantação da usina”, pontua o chefe administrativo, Pedro Brazil, presidente do CLS.
No segundo dia (6), houve o primeiro Cine CLS, com a exibição do documentário “Mundo de plástico”, um registro sobre a problemática ambiental e como a sociedade brasileira vem lidando com tais dificuldades em busca de soluções viáveis. À tarde, o engenheiro sanitarista Asher Kiperstok, professor aposentado da Universidade Federal da Bahia (Ufba), falou sobre o tema “Tecnologia resolve o desafio da crise ambiental?”. Ele focou na questão de se evitar ao máximo a geração de lixo e pontuou ser fundamental a cooperação internacional entre vários níveis governamentais e com o setor privado para enfrentar os desafios ambientais.
Outro momento rico de discussão aconteceu com a exibição, no terceiro e último dia do evento (7), de outro documentário, o “Energia do amanhã”, que levantou questões relacionadas aos conceitos de energia renovável, limpa e sustentável. A atividade seguinte foi a oficina de compostagem, ministrada pela professora Anaxsandra Duarte, da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). A programação foi elaborada por Pedro Brazil, com apoio de Marcelo, da analista Mabel Souza e da estagiária Joyce Kaline Santos.
Balanço da atuação socioambiental da Unidade
Na apresentação de abertura do evento, Marcelo Amaral fez um apanhado das ações da Unidade, destacando, além da usina fotovoltaica, os procedimentos operacionais padrão (POPs) dos laboratórios, as rondas ambientais, a implantação do parque de impressoras, as campanhas educativas com o público interno, principalmente as relacionadas à coleta seletiva, e o termo de compromisso com a Associação de Catadores de Resíduos Recicláveis do Recôncavo Baiano (ACRB), de Santo Antônio de Jesus.
Em sua análise sobre o que foi demonstrado, Pedro Brazil afirmou que ficou evidente a adesão da Embrapa Mandioca e Fruticultura à agenda ESG (traduzindo da sigla em inglês, Ambiental, Social e Governança), perseguida pelas empresas mundo agora. “A apresentação do CLS mostrou nossas diversas ações de impacto ambiental, com destaque para a usina fotovoltaica. Na questão social, ressaltamos a parceria com a cooperativa de reciclagem, gerando receita para as pessoas que trabalham com isso. Na parte da governança, temos uma gestão interna bem qualificada para lidar com essa questão do impacto da nossa operação no dia a dia, temos processos de laboratório melhorados, baseados em procedimentos operacionais padrão, tudo isso de forma a garantir um cumprimento das normas em relação ao meio ambiente, além da questão da transparência, pois nossos processos são todos disponíveis para a sociedade”, enumerou.
Na abertura do evento, o chefe-geral Francisco Laranjeira relacionou os cuidados com o meio ambiente às atividades de pesquisa. “Trago para todos nós uma reflexão sobre os impactos que nossas atividades trazem ao meio ambiente, sejam positivos ou negativos. O descarte de material de pesquisa, o armazenamento e o descarte de reagentes, o armazenamento e uso de adubos, o armazenamento de material de irrigação… Não basta que a tecnologia seja boa para a produção, mas tem de ser também para o meio ambiente e a sociedade. Análises como essa são cada vez mais comuns em nosso Comitê Técnico Interno. Ambiente mais cuidado é o ambiente que é menos agredido”, salientou.
Texto: Alessandra Vale