Por Janaite Ferreira de Lima Simon – psicóloga, mestre em Psicanálise, Saúde e Sociedade
Resumo
O presente artigo retrata as disfunções sexuais à luz da psicanálise segundo as formulações teóricas de Sigmund Freud. Serão apresentadas as formulações do autor a respeito da sexualidade a fim de localizar suas principais contribuições acerca das disfunções sexuais, estabelecendo as diferenças em relação a outros enfoques.
Palavras-chave: Psicanálise; Teologia; Disfunções; Sexualidade
Introdução
As pesquisas sobre a sexualidade mobilizam diversas áreas do saber, como a antropologia, a psicologia, a sociologia, a psicanálise, a teologia etc. Podemos dizer que a psicanálise não se interessa pelo ato sexual em si, mas pelo seu desvio, pelo seu fracasso, os temores a ele relacionados, a culpa, a impotência, a frigidez. Desta forma, a disfunção sexual é entendida como função do inconsciente, por isso é necessário que o paciente fale para que seja possível localizar no seu discurso o sentido de tal disfunção. A psicanálise oferece a possibilidade da escuta clínica para além dos sintomas físicos dos quais os pacientes se queixam. Isto porque, o sujeito se relaciona sempre com a fantasia e não propriamente com o outro. Para analisar as disfunções sexuais à luz da Psicanálise precisamos, portanto, analisar o sujeito, seu desejo e sua vida pulsional.
De início, será apresentado um breve comentário sobre as pesquisas que apontam a sexualidade como um campo de investigação. Em seguida serão apresentadas diferentes visões das disfunções sexuais sob a ótica de diversos campos de saber, como a medicina, a sexologia, a teologia e a psicanálise.
Sexualidade como campo de investigação.
O antropólogo Clellan Ford e o psicólogo Frank Beach, fizeram pesquisas contendo informes sobre todos os aspectos da vida de diversos povos, produzindo um comparativo do comportamento sexual. O sociólogo Laud Humphreys, em 1970, observou, em quartos púbicos de repouso de centros urbanos, centenas de atos sexuais entre homens e mulheres, descobrindo que tipo de pessoa gostava de se entregar à atividade sexual silenciosa e rápida com estranhos. O antropólogo Gilbert Bartell, em 1971, também realizou um estudo de observação em condições naturais que designou como Swingers.
Os primeiros clássicos da literatura sobre sexualidade foram publicados por Havelock Ellis e Sigmund Freud. Havelock Ellis[1], dedicou sua vida ao estudo da sexualidade humana. Sigmund Freud publicou seus Três ensaios sobre a teoria da sexualidade[2], transformando a compreensão do desenvolvimento da sexualidade e apontando sua relevância. Os três ensaios tratam de aberrações sexuais, evolução sexual durante a infância e alterações que ocorrem durante a puberdade. Sua principal contribuição foi a análise do impulso sexual na infância, afirmando que as crianças não eram sexualmente tão inocentes como se pensava. Eram dotadas de sexualidade desde o início da vida, quando se automanipulavam em busca de um prazer que, inicialmente, era oral, depois anal e finalmente genital. Com a idade de seis anos, os contornos do desenvolvimento sexual já estão perfeitamente delineados e a sexualidade que emerge na adolescência e na vida adulta tem raízes na mais tenra infância.
Contribuições para o estudo da sexualidade humana
Em 1966, William H. Masters e sua esposa Virginia E. Johnson contribuíram para o estudo da sexualidade com a publicação do livro Reações sexuais humanas, um best-seller que contém relatos das observações acerca das mudanças que se processavam nos órgãos genitais e em outras partes do corpo humano, antes, durante e após o orgasmo[3].
Em 1974, a psicanalista americana Helen S. Kaplan contribuiu para o estudo da sexualidade humana ao introduzir o que chamou de “era trifásica” da sexualidade humana, acrescentando a fase do desejo sexual ao ciclo de resposta proposto por Master e Johnson[4]. Essa fase se refere aos componentes afetivos e cognitivos que levam o indivíduo a se envolver em uma atividade sexual.
A visão endocrinológica da disfunção erétil
Existem vários fatores biológicos que podem ser o elo entre a obesidade e a disfunção erétil (DE), pois a obesidade é um fator de risco independente para doenças arteriais coronarianas e leva ao aumento de fatores de risco vasculares, como dislipidemia, hipertensão, diabetes, depressão e a disfunção endotelial, o que poderá acarretar a redução de fluxo sanguíneo e agregação plaquetária alterada, com diminuição da habilidade de relaxamento das células musculares lisas vasculares por alteração na atividade do óxido nítrico.
Outros fatores implicados com frequência são a presença de síndrome metabólica e diabetes (o diabetes tipo dois e o diabetes tipo um com o Índice de Massa Corporal (IMC) elevado), estando o risco da DE associado à duração do quadro de diabetes, ao controle metabólico pobre, ao fumo e à presença de complicações do diabetes. A DE pode ser preditora de síndrome metabólica, principalmente em homens com IMC abaixo de 25 kg/m². Várias condições relacionadas acima, juntamente com a síndrome metabólica podem agravar a DE. Com isso podemos perceber que a DE em homens de meia idade deve ser vista de uma maneira global e não como um problema de diagnóstico único. Geralmente, a disfunção sexual é a expressão de um problema de saúde e a presença de síndrome metabólica não é muito rara.
Disfunções sexuais femininas baseadas na classificação médica
A frigidez é classificada como responsividade sexual falha, uma reação sexual causada por transtornos clínicos sistêmicos (hipotireoidismo), por doenças pélvicas locais (endometriose) ou, até mesmo, por doenças psiquiátricas como a depressão. O termo pode ser ainda utilizado para descrever os efeitos dos conflitos sexuais conjugais. Os sexólogos substituíram o termo por “inibição de desejo” ou “anorgasmia”.
A anorgasmia é uma queixa sexual frequente e tem como causa mais mencionada as questões de ordem psicológica, normalmente advindas de uma educação sexual repressora que acarretou uma associação entre sexo e pecado, nojo, imoralidade. São raras as causas orgânicas, mas num exame médico podem aparecer comprometimentos neurológicos ou alcoolismo severo. A anorgasmia acomete mais as mulheres de classes inferiores e com menores níveis de escolaridade.
O vaginismo se caracteriza por um temor ao ato sexual. É considerado um sintoma histérico, ocorre uma reação de conversão onde a paciente desenvolve contrações involuntárias da musculatura perivaginal de seu terço inferior temendo a aproximação de seu parceiro, ou a lembrança da tentativa de penetração. O sintoma histérico que impede parcial, ou totalmente, a penetração representa, simbolicamente, um desejo e/ou punição que contém implicações psicológicas específicas. O diagnóstico é feito por um exame ginecológico. Seus fatores etiológicos são: a educação sexual repressora, as informações errôneas, a formação religiosa severa, o homossexualismo feminino atual ou passado, o excessivo sentimento de fragilidade que faz com que a mulher veja a penetração como uma agressão que pode machucá-la. Também pode ocorrer devido a um trauma como o estupro, o conhecimento de uma relação extraconjugal do parceiro produzindo rejeição, nojo ou sentido de castigo com a figura masculina. E ainda, é comum encontrar uma associação entre o vaginismo e a dificuldade de ereção.
A dispareunia se caracteriza por um quadro onde a mulher sente dores durante ou após a penetração vaginal, interferindo na resposta orgástica, criando um círculo vicioso. A dor leva ao temor da dor que, por sua vez, interfere na fase de excitação diminuindo a lubrificação e reforçando os processos dolorosos. Após um quadro de dispareunia, a dor pode agir como fator condicionante à fuga, deixando como sequela um quadro de vaginismo. Pode ter causas orgânicas ou psicogênicas, sendo comum observarmos uma combinação das duas. Dentre os fatores etiológicos estão incluídos: as vulvites (causadas por infecção bacteriana e vírus), os processos alérgicos na vulva, inflamação na glândula de Bartholin, as vaginites, as varizes vaginais, a endometriose, as cervites, as doenças inflamatórias pélvicas, os processos aderências pós-operatórios entre outros. Cabe ainda ressaltar que alguns dos fatores psicogênicos da dispareunia também são responsáveis pelo vaginismo: a autopunição por repressão educacional ou por relacionamento extraconjugal, os conflitos de identidade, os quadros fóbicos, o medo de ser contaminada pelo vírus HIV (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) e ainda a dor e a repulsa a figura masculina.
Disfunções sexuais masculinas baseadas na classificação médica
Os sexólogos William Masters e Vírginia Johnsons valorizaram os prazeres femininos como um dos critérios fundamentais que poderiam evidenciar a ejaculação precoce. A ereção, a ejaculação e o orgasmo são eventos que, apesar de ocorrerem em sequência, são fisiologicamente independentes como comprovamos na anorgasmia masculina.
A ejaculação é um conjunto neuromuscular que permite a progressão de sêmen e sua expulsão pelo meato uretral na fase final da resposta sexual masculina. Ela é, na maioria das vezes, vinculada a processos que levam à ansiedade e podem acarretar a ejaculação precoce. No intuito de combater esses fatores, a medicina utiliza medicamentos que podem minimizar esse quadro. As drogas mais utilizadas atualmente são os antidepressivos ministrados em doses baixas. A clomipramina, a fluoxetina, a sertralina e a paroxetina têm sido usadas com relativo sucesso em pacientes portadores de ejaculação precoce e que apresentam quadro de ansiedade excessiva. Sempre que possível esse tratamento deve ser associado com a psicoterapia.
A ejaculação precoce é um distúrbio de fundo psicológico que leva a uma ejaculação recorrente, com estimulação sexual mínima, antes, durante, ou logo após a penetração vaginal. A Organização Mundial de Saúde não estabelece um critério de tempo, mas leva em conta o tempo subjetivo: a ejaculação ocorre antes que o indivíduo a deseje. Esse distúrbio é pouco detectado em situações de sexo oral e anal e, raramente, observado na masturbação solitária.
Anejaculação é a ausência da ejaculação, nela estão presentes as sensações orgásmicas normais sem expulsão do sêmen. É uma síndrome que surge quando o sêmen não é produzido ou quando os canais que conduzem o fluido seminal do testículo ao pênis estão ocluídos. A literatura aponta como fatores etiológicos orgânicos as lesões anatômicas congênitas do sistema geniturinário, as lesões da medula espinhal e as lesões dos gânglios simpáticos lombares. Muitos autores consideram que também costuma estar associada a diversas fantasias inconscientes: desejos homossexuais, sentimento de culpa, medo de gravidez, medo de perder a virilidade, ressentimentos com a parceira sexual e preocupação com o tamanho do pênis.
A ejaculação retardada é caracterizada como um distúrbio do desejo que pode estar associado a quadros depressivos, ao uso de maconha ou outras drogas. É uma disfunção de rara ocorrência que pode conduzir a uma disfunção erétil secundária. É definida como a dificuldade de ejacular durante a relação sexual, para tal leva-se em conta que a estimativa de tempo em um coito normal é de três a vinte minutos. Na ejaculação retardada o homem permanece de meia hora a duas horas com ereção prolongada, sem conseguir ejacular.
Na ejaculação retrógrada o sêmen não é expelido, mas disparado para o interior da bexiga. Pode ser causada por cirurgias (próstata, colo da bexiga ou uretra) ou neuropatias, como ocorre com os diabéticos. Nesse quadro de disfunção sexual, a sensação de ejaculação e de orgasmo está preservada. É diferente da anorgasmia masculina na qual existe a ejaculação, mas não há sensação de prazer orgásmico.
Disfunções sexuais do ponto de vista da sexologia
A palavra sexologia foi usada pela primeira vez em 1867 na obra de Elizabeth Osgood Goodrich Willard, Sexology as the philosoph of life[5]. A partir dessa época, diversos pesquisadores contribuíram bastante para o desenvolvimento do estudo da sexualidade humana, priorizando o estudo das doenças sexualmente transmissíveis, a psicopatologia sexual e o estudo das condições mais adequadas à reprodução e a melhoria da raça humana.
Com Freud, uma nova concepção de Sexualidade
No escrito Três ensaios sobre a teoria da sexualidade, Freud[6] postula que a sexualidade é perversa polimorfatoma formas singulares de acordo com a história, a vida pulsional, o desejo e mesmo as circunstâncias de vida de cada um.
Um dos conceitos fundamentais da psicanálise, a pulsão está presente nos estudos de freudianos desde Estudos sobre a histeria[7] quando sustentava que as psiconeuroses se baseiam em forças pulsionais de cunho sexual, não sendo essa apenas a única fonte, mas tendo a mesma um valor muito importante na neurose. No entanto, é nos Três ensaios sobre a teoria da sexualidade que o autor aponta que a pulsão surge dos órgãos somáticos. Elas se definem por suas fontes e incluem as fases oral, anal e fálica e ainda a pulsão de ver e a pulsão sádica.
Segundo a teoria freudiana, a sexualidade não está totalmente relacionada à genitália. A busca de prazer é despertada extremamente cedo com o chuchar (ou sugar com deleite). No texto de 1905 a criança é tomada como um ser de gozo que, movido por pulsões parciais, traz em sua disposição a capacidade para todas as transgressões sexuais.
Em Fantasias histéricas e sua relação com a bissexualidade, Freud[8] articula a atividade masturbatória infantil à fantasia. Segundo suas formulações, aquilo que originalmente constituía um ato essencialmente autoerótico, com finalidade única de satisfazer as pulsões parciais, viria incorporar-se, a partir da relação edípica, a uma ideia vinculada ao amor objetal, impregnada de desejo. Com isso, para que o ato masturbatório produza prazer em determinada parte do corpo é necessária a realização parcial da fantasia edipiana.
Freud[9] afirma que nossa civilização repousa sobre a supressão das pulsões, a renúncia ao sentimento de onipotência, inclinações vingativas e agressivas. Essa renúncia seria sancionada pela religião e oferecida à divindade como sacrifícios. Entretanto, no que tange à questão sexual, a pulsão não serviria, originalmente, aos propósitos da reprodução, mas a obtenção do prazer. Esta descoberta coloca o autor em rota de colisão com o modelo de moral sexual defendido pela Igreja Católica, que admite a relação sexual única e exclusivamente para os fins reprodutivos e dentro do casamento monogâmico
A posterior exigência de renúncia à satisfação pulsional, é proporcionada pela combinação entre realidade e fantasia, e implica em duas importantes mudanças para a criança: o ato masturbatório é abandonado e a fantasia se torna inconsciente[10]. Assim, a fantasia guarda uma importante conexão com a vida sexual do sujeito na medida em que é idêntica à fantasia utilizada para obter satisfação sexual durante o período de masturbação. Esclarecendo que a fantasia sexual está sempre ligada à vida autoerótica da criança, de modo que se evidencia uma relação entre fantasia masturbatória e fantasia de sedução. Eis a função da fantasia de sedução no psiquismo.
Freud[11] mostra que o sintoma tem propriedade de anular a renúncia à satisfação masturbatória e atingir sua finalidade, qual seja o estabelecimento do prazer sexual primário original, cujas marcas permaneceram na fantasia, registradas como fixações. Não obstante, esse estabelecimento da satisfação pulsional só se realiza, incompletamente, como que por aproximação.
Em Algumas observações gerais sobre ataques histéricos, Freud[12] afirma que, além do sintoma, o ataque histérico é pleno de fantasia e se interpõe como substituto de uma satisfação autoerótica praticada na tenra infância durante o período de masturbação na infância. O ataque aparece como fantasias projetadas sobre a motilidade e figuradas no modo de mímica.
Podemos extrair da revolução da teoria freudiana da sexualidade infantil e da fantasia, dois aspectos essenciais: (1) a descoberta do desejo sexual infantil, de caráter perverso, que uma vez recalcado, continua a se realizar por meio da realidade psíquica e (2) o reconhecimento do lugar ativo ocupado pela criança frente à sua própria sexualidade.
A partir da descoberta da sexualidade infantil, Freud[13] reconhece a criança como um ser de gozo que traz em sua disposição a capacidade para todas as transgressões sexuais. Ele afirma existir na criança uma predisposição originariamente universal da pulsão sexual, cuja essência é uma inclinação para todas as perversões. Denominada de perverso polimorfa, essa disposição que exibe os germes de todas as perversões, somente é demonstrável na criança até determinada fase, enquanto os diques anímicos, como o asco, a vergonha e a moral, responsáveis por barrar os excessos sexuais, não foram erigidos.
Por ser tomado, em sua origem, como objeto do Outro, como objeto de investimento libidinal do Outro, objeto erótico mesmo, é possível à criança responder do lugar de objeto do desejo do Outro e, assim, excitar-se ao toque da mão no seu corpo. A sexualidade não vem da natureza, mas do campo do Outro. É necessário, àquele que ocupa o lugar do Outro, tomar a criança como objeto sexual para que seu corpo possa ser erotizado, para que seus órgãos biológicos se tornem zonas erógenas a serviço das pulsões parciais, para obtenção do prazer. É a partir do lugar de objeto do desejo do Outro e somente dele, que o sujeito poderá, para além de excitar-se, constituir o seu próprio desejo como desejo do Outro, pois é simplesmente, como desejo do Outro que o desejo do homem ganha forma[14].
A inclinação para todas as perversões descobertas nas crianças revela-se movida, fundamentalmente, pelas pulsões parciais e constitui, segundo Freud (1905) [15], ao contrário de um desvio da sexualidade, a base a partir da qual o comportamento sexual normal irá se desenvolver na medida em que opere o recalque.
Freud estabelece um vínculo entre saúde, neurose e perversão, partindo do princípio de que, na saúde, a disposição infantil perverso polimorfa está originariamente presente, constituindo um traço comum a todo ser humano. Na perversão, essa disposição infantil é dominante e compulsiva, tendo se convertido na exclusiva portadora da atividade sexual. Na neurose encontra-se sob o efeito de um excessivo recalcamento que predispõe o sujeito a se realizar sexualmente pelas vias do sintoma.
Partindo da premissa de que as perversões derivam do complexo de Édipo, esse é elevado à condição de núcleo das neuroses e a sexualidade infantil que nele culmina é considerada como condição da neurose. O que, da perversão, resta no inconsciente como sequela, constitui a própria predisposição à neurose. Isso leva Freud a afirmar que a fantasia de espancamento, assim como outras fixações perversas semelhantes, não seriam mais do que resíduos ou cicatrizes deixadas pela dissolução do complexo parental.
A psicanálise considera as disfunções sexuais como função do inconsciente, da vida pulsional, da dinâmica do complexo de Édipo. Não se restringe somente aos fenômenos observáveis, vai além, e procura as motivações inconscientes que fazem o sujeito buscar a realização de seu desejo através de um sintoma. Portanto, o sintoma para a psicanálise é uma manifestação subjetiva.
A visão da teologia sobre a sexualidade humana
Freud não acreditava na possibilidade da religião contribuir para o amadurecimento psíquico do ser humano. Partia do pressuposto de que a religião é fruto de desejos de ordem inconsciente. Ele enfatiza que a fonte primordial do sentimento religioso é o assassinato simbólico do pai primitivo e que o fenômeno religioso tem caráter patológico.[16]
A luz da teologia de Moltmann (apud BERTOLDO, 2019[17]), as pessoas que permanecem apegadas a rituais obsessivos e obedecem a uma religiosidade caricatural são as que não atingiram a maturidade necessária para discernir entre o que é saudável e o que é neurótico, não entendendo Deus em uma perspectiva geral. Logo, abandonar essa religiosidade caricatural, assim como as ilusões e obsessões, é o único caminho possível para o ser humano encontrar a plenitude. O delírio de onipotência pode ser superado na idade adulta, mas defende que a racionalidade crítica de Freud é, de fato, necessária para que os indivíduos tenham condições de aceitar a religião de um modo mais saudável. O desejo de onipotência divina do cristão poderá ser projetado em si mesmo, levando a um conflituoso e perturbador sentimento ambivalente de experiência de amparo, apoio, segurança, medo, revolta e sentimento de culpa. Nas comunidades eclesiais é comum encontrar indivíduos que tenham condições de aceitar a religião de um modo mais saudável.
Alfonso Rubio[18] concorda, em parte, com Freud no que tange as crenças delirantes onde o ser humano, numa tendência ao infantilismo, busca amparo psicológico na religião. Sua análise se volta para a problemática da religiosidade cristã. Sua preocupação com o infantilismo psicológico e sua influência na vida da sociedade é pertinente, pois causa problemas em diversas áreas, não somente no âmbito religioso.
Na visão cristã, a sexualidade tem como objetivo a procriação, orientando o homem para o outro, pois não é bom que o homem esteja só, ele necessita de uma parceira. Assim, o ser humano encontra sua plenitude na complementação dada pelo outro e se expressa na doação sexual.
O Neoplatonismo acentua o dualismo corpo-alma, considerando o corpo como prisão da alma, hostil ao espírito e propõe uma vida mais pura e dedicada à abstinência sexual.
Para o estoicismo greco-romano as paixões e o prazer são fontes perturbadoras da alma por serem contrárias à razão. Propondo como ideal de vida a recusa ao prazer, a ausência das paixões e a orientação da sexualidade para a procriação.
No primeiro concilio do Vaticano (1869-1870), que resultou na publicação da Constituição Dogmática “Pastor Aeternus”, a igreja pregou o castigo eterno a quem ousasse desrespeitar suas restrições divinas.
A única justificativa para a sexualidade era a reprodução da espécie e, somada ao sacramento do matrimônio, apagava o pecado do prazer. No entanto, o prazer em si era tido apenas como uma falha, da qual, ao menos a esposa, podia ser salva pela graça da frigidez. A união só era lícita quando contribuía para a procriação, única coisa a desculpar a bestialidade desses atos. Na falta da perfeição, já que o povo do Senhor tinha que se propagar, podia-se tolerar algum prazer, sob a condição de que ele fosse bastante reduzido e que, de modo algum, se tranformasse num fim em si. (LANTERI-LAURA, 1994 apud SANTOS, 2020) [19]
No concílio Vaticano II, a Teologia e os documentos oficiais da igreja se preocupam, em geral, com a valorização positiva da sexualidade enquanto dimensão integral do homem. Essa preocupação se volta contra uma antropologia dualista, ou tricotômica, que desvaloriza a sexualidade, o prazer e a corporeidade.
No século XVIII, o direito Canônico, responsável pela organização das leis da igreja católica, considerava impuro e criminoso o ato sexual em si mesmo. A princípio se sujeitou a sansão penal e à perda dos direitos civis e patrimoniais a virgem, ou a mulher honesta que, por livre e espontânea vontade, se unisse carnalmente a um homem. Proibia-se até mesmo o desejo e o próprio pensamento sobre sexo.
No Cristianismo do século I o corpo é marcado pela esperança escatológica dos primeiros cristãos e pela teologia do apóstolo Paulo, que apresenta o corpo como um objeto paradoxal. Por um lado, é alçado à condição de templo do espírito santo, por outro é marcado pela carne. O corpo está incluído na natureza humana pecaminosa.
Para Paulo, existe uma guerra entre o espírito e a carne que expressa a imagem da resistência humana à vontade de Deus, da desobediência de Adão e Eva. A causa desse mal tão terrível encontra-se na natureza humana decaída do casal primevo. O corpo era estigmatizado pela igreja como habitação da maldade humana. Karl Barth observa: “Lembremo-nos o que a carne significa: mundanalidade desqualificada: (vista justamente pela criatura religiosa) carne é a definitiva e inqualificável mundanalidade carne quer dizer relatividade, nulidade, contrassenso, falta de sentido” (BARTH, 2008, p.408[20]). Para o apóstolo Paulo, a melhor interpretação do sentido da carne continua sendo aquela formulada por Santo Agostinho, para quem a carne foi interpretada de forma holística para significar o homem em sua totalidade. O corpo era visto como algo frágil, propenso à morte e com inclinação para o pecado representado pela sexualidade, uma metáfora da natureza humana pecaminosa rebelada contra a obediência a Deus.
Em diversos textos de suas Epistolas, Paulo escreveu sobre o casamento e a sexualidade. Destaca-se Coríntios 7, numa passagem em que apresenta a sexualidade como uma concessão de Deus no casamento, porém estabelece a igualdade entre os sexos nas relações sexuais. Dentre os autores que mais influenciaram o pensamento cristão sobre o corpo e a sexualidade neste período, destacam-se Hermas, o pastor, Orígenes e Valentino. Na concepção deles o corpo é visto como mau, a genuína habitação do pecado, que passou a ser representado pela prática do ato sexual, inclusive no casamento abençoado por Deus e pela própria igreja. Segundo a visão paulina o corpo é o templo do espírito santo e um objetivo a ser alcançado pela abstinência através da renúncia sexual, deve ser privado de qualquer atividade sexual.
O Gnosticismo foi constituído a partir de uma dissidência do Cristianismo, influenciando as concepções do corpo no século II, que passa a ser considerado como o mal necessário para equilibrar a bondade do espírito que nele habitava. Os gnósticos pregavam a importância da superação dos desejos sexuais através da abstinência como forma de purificação espiritual e santificação.
No século III, Orígenes relacionou sua doutrina da abstinência sexual com a teologia paulina do corpo como templo do espírito santo e do cristão como membro do “corpo vivo” de cristo. Em sua concepção, aqueles que subjugam a carne ganham como prêmio a morada de Deus em seus corações, tornam-se o templo do espírito santo e, nesta condição, membros do corpo vivo de cristo.
Do final do século III ao início do século IV surgem os “padres ou pais do deserto”. Neste século, a sexualização do pecado e o controle da igreja sobre o corpo chegou ao auge do maniqueísmo onde, segundo sua doutrina, o espírito é bom e o corpo é mau.
O quarto século da era cristã é marcado pelo pensamento teológico de Santo Agostinho, Bispo de Hipona, que constrói as bases para a sistematização da teologia cristã em sua obra e reformula as concepções sobre o corpo e a sexualidade. O corpo deixa de ocupar o lugar de “lobo mau” da espécie e se torna parte indissolúvel e importante da pessoa humana. Agostinho percorre uma longa trajetória de reflexão sobre o corpo que culmina com o ensinamento de que o cristão deve amar o seu corpo em detrimento do ódio. Ao reformular a noção de pecado original, desvincula o sexo do pecado original e coloca a vontade humana como o centro da rebelião contra Deus, pois o homem precisa aprender a controlar sua vontade, fonte de todas as virtudes e de todos os males. Mudou o foco da abstinência sexual obrigatória, inclusive no casamento, para uma abstinência voluntária própria da vocação religiosa. A sexualidade ganha a função de relações sexuais.
Agostinho escreveu sobre a autonomia psíquica da libido como causa da impotência sexual e da frigidez, sendo o primeiro a formular uma psicologia sexual da libido, colocando a sexualidade no âmbito dos fenômenos psicossomáticos. Tanto na impotência, quanto na frigidez, a vontade era escarnecida pelo corpo com a mesma sem-cerimônia do gozo incontrolável do orgasmo, a libido não serve a libido e volta-se contra si mesmo num movimento de introversão.
Martinho Lutero escreveu sobre a sexualidade a partir da teologia de Paulo e de Santo Agostinho, postulando que as práticas realizadas no leito conjugal devem ser acordadas pelo casal. Para ele não existe nenhuma relação entre o sexo e o pecado original, a sexualidade é decorrente da vontade de Deus.
Nas colônias da nova Inglaterra, o protestantismo puritano criou raízes e produziu seus frutos: o corpo como templo do espírito santo de São Paulo, Santo Agostinho, Martinho Lutero e João Calvino se transforma, pelo espírito puritano, em mero instrumento de trabalho. A sexualidade como expressão da identidade humana e das bênçãos de Deus converte-se em um mal necessário, perigoso, a ser purificado pelo trabalho.
René Descartes, com o pensamento cartesiano liberou o corpo do domínio da igreja para o jugo da ciência. Sobre o corpo e a sexualidade debruçaram-se alguns ramos da ciência na tentativa de domesticá-lo e potencializar suas possibilidades de produção do prazer. A sexologia não pretende apenas levar o corpo a produzir o prazer que lhe é inerente, mas fabricá-lo em quantidade e qualidade capazes de mensuração.
Segundo Freud[21], a religião se caracteriza pela necessidade do retorno à origem, do conforto gerado pelo seio materno. “Há, porventura, algo mais natural do que persistirmos na busca da felicidade do modo como a encontramos pela primeira vez?” (FREUD, 1930[1929], p.89). Deus se torna uma válvula de escape para o desamparo humano, uma forma criada pelos seres humanos para suportar a crise de sentido existencial e a solidão diante da finitude humana.
Conclusão
As fantasias se entrelaçam a fatos e determinam a construção de uma realidade psíquica singular, única, só possível de ser conhecida através da fala de seu autor. Foi através da fala das histéricas que o pai da Psicanálise, Sigmund Freud, se aproximou da etiologia das neuroses. Descobriu que os traumas por elas narrados correspondiam a fantasias sexuais. Tratava-se de uma realidade psíquica que continha lembranças distorcidas por fantasias relacionadas com o aflorar da sexualidade. A partir desta descoberta elaborou as teorias sexuais infantis, que ajudaram a explicar a etiologia das neuroses. Em seu percurso teórico criou conceitos como: pulsão, recalcamento, sexualidade e inconsciente. Ele alterou a visão de que a histeria é uma doença da mulher, asseverando que a crise histérica é uma tentativa de manter o erotismo que tentou recalcar e que seu sintoma mantém um vínculo muito grande com a sexualidade e subleva um corpo físico.
Para Freud (1926[1925])[22], a impotência poderia ser consequência de um quadro de neurastenia adquirido na puberdade como resultado de fatores como a masturbação e, principalmente, o coito incompleto produzindo um encadeamento e correlação duradouros. Com Freud, a masturbação e o coitus interruptus levariam à neurastenia e à impotência. A masturbação excessiva e a fixação na fase fálica são características que aparecem frequentemente nos quadros de ejaculação precoce desde o início da atividade sexual, o que contrasta com os casos de disfunção erétil onde a queixa da masturbação não é acompanhada de sentimento de inquietação ou de culpa. A forma como foi elaborada a angústia de castração poderá criar obstáculo para a resolução do conflito edipiano que está intimamente ligado à dinâmica do funcionamento psíquico da impotência masculina.
As indagações de Freud sobre as disfunções sexuais masculinas surgiram em 1892 interligadas à frigidez, o que levou ao questionamento sobre o fato da anestesia sexual nas mulheres resultar da impotência e da ejaculação precoce dos homens, pois se acreditava que a tensão sexual física gerada com a estimulação sexual sem a resolução transformava-se em angústia.
Ao pesquisar sobre as disfunções sexuais, segundo Freud[23], podemos constatar que a função sexual está sujeita a várias perturbações que, na maioria das vezes, tem se mostrado como características de inibições simples e classificadas como impotência psíquica. A inibição é a restrição normal de uma função e se caracteriza como uma forma de expressar a restrição de uma função do eu que foi imposta, ou resultou de um empobrecimento de energia.
França[24] (2005) esclarece que a frigidez pode se estabelecer como uma inibição neurótica ou servir de base para o desenvolvimento de outras neuroses e, até mesmo, uma pequena diminuição da potência no homem que contribuirá grandemente para influir nesse processo.
Podemos constatar que as perturbações da função sexual podem surgir em decorrência de certas vicissitudes no caminho da libido que determinam alterações no destino da pulsão. É a presença do conflito que faz a pulsão titubear e buscar outros trajetos para alcançar sua meta.
O conflito surge pela frustração, em consequência da qual a libido impedida de encontrar satisfação, é forçada a procurar outros objetos e outros caminhos. A pré-condição necessária do conflito é que esses outros caminhos e objetos suscitem desaprovação em uma parte da personalidade, de forma que se impõe um veto que impossibilita o novo método de satisfação tal como se apresenta. (FREUD, 1917b[1916-1917], p.353-361)[25].
Pensemos no sintoma. Quando se cura o órgão e a doença se mantém, o sintoma migra, procurando uma nova forma de simbolizar em outro órgão, em palavras ou atos. É como se a doença se fizesse ouvir pelas suas diversas manifestações sintomáticas. A única coisa que resta da doença, depois de eliminados os sintomas, é a capacidade de formar novos sintomas.
O sintoma é um bem do sujeito e um bem para o sujeito. Ele só se constitui por não haver maneira do sujeito sobreviver diante de uma representação insuportável. O sintoma é uma saída de saúde, momentânea, precária, mas a única que pode garantir certa ordem ao sujeito. A experiência clínica freudiana demonstrou o quanto essa representação insuportável é fonte de angústia e, em geral, está carregada de erotismo e sentimentos que são vivenciados durante o desenvolvimento infantil, durante o período edipiano ou de sua resolução.
A partir dos textos de 1893-1895 e 1905, Freud nos diz que as experiências psíquicas irão dar forma, posteriormente, à vida sexual do sujeito. Os fenômenos patológicos se mostram de uma forma clara através da atividade sexual do doente.
As disfunções sexuais denunciam algo a respeito do sujeito do desejo, sendo, portanto, expressão de sua capacidade de ser e existir. Expressam um pacto do sujeito com seu desejo, o qual é mantido num compasso de espera até que possam ser ultrapassados os obstáculos que impedem seu deslizamento.
Para finalizar, gostaríamos de enfatizar que em nenhum momento pretendemos esgotar a nosografia referente as disfunções sexuais e nem esgotar as possibilidades de análise do tema através da teoria psicanalítica. Nosso objetivo é alertar profissionais de diversas áreas para a importância de considerar em suas práticas clínicas o sujeito, seu desejo e sua história.
Referências bibliográficas
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SOBRE A AUTORA:
Janaite Ferreira de Lima Simon é psicóloga, mestre em Psicanálise, Saúde e Sociedade pela Universidade Veiga de Almeida, pós-graduada em Psicopedagogia Clínica e Institucional pela Universidade Castelo Branco e Graduada em Psicologia pela Universidade Gama Filho.
E-mail: [email protected]
REFERÊNCIAS:
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[3] HALL, LINDZEY e THOMPSON. Psicologia. p.416 -417
[4] HALL, LINDZEY e THOMPSON. Psicologia. p.416 -417
[5] RUBINSTEIN, I. Urologia Feminina. São Paulo: Fundo Editorial BYK, 1999.
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[14] LACAN, Jacques. (1966). A significação do falo. In: Escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1998.
[15] FREUD, Sigmund (1905). Três ensaios sobre a teoria da sexualidade. In: ESB. v.7
[16] SIGMUND, Freud (1927). O futuro de uma ilusão. In: ESB. v.21.
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[18] RUBIO, A. G. Nova evangelização e maturidade afetiva. São Paulo: Edições paulinas, 1993.
[19] SANTOS, A. B. R. A “descoberta” freudiana e o modelo de moral sexual da igreja católica. Psicopatologia fundamental. Disponível em <www.psicopatologiafundamental.org.br>. Acesso em: 05 de janeiro de 2020.
[20] BARTH, K. Carta aos romanos. São Paulo: Fonte editorial, 2008.
[21] FREUD, Sigmund (1930[1929]). O mal-estar na cultura. In: ESB, op. cit., v.21.
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[23] FREUD, Sigmund (1926[1925]). Inibições, sintomas e ansiedade. In: ESB, v.20.
[24] FRANÇA, C. P. Disfunções sexuais na clínica Psicanalítica. São Paulo: Casa do Psicólogo Livraria e Editora Ltda., 2005.
[25] FREUD, Sigmund (1917b [1916-1917]) Conferências introdutórias sobre a psicanálise. Parte III. Conferência XVII: O sentido dos sintomas. In: ESB, op. cit., v.16.