A brasileira Juliana Davoglio Estradioto, de 18 anos, terá seu nome em um asteroide. A honra é fruto da sua vitória em uma das principais categorias da maior feira internacional de ciências e engenharia para jovens cientistas pré-universitários. O prêmio da Intel Isef (International Science and Engineering Fair) 2019 foi realizado na última sexta-feira (17) em Phoenix (EUA) e contou com quatro dias de competição entre 1.800 jovens entre 15 e 19 anos, vindos de diversos países.
O projeto que garantiu o primeiro lugar da categoria Ciências materiais para Juliana, permite o aproveitamento de resíduos que sobram no processamento da macadâmia para produção de uma membrana biodegradável. Esse produto poderia ser utilizado para produzir desde embalagens até curativos, substituindo materiais sintéticos com um material natural e reaproveitando algo que seria descartado.
A brasileira disse que não acreditou ao ouvir seu nome como vencedora e que ainda está “sem palavras”. “Quando falaram Osório, o nome da minha cidade, eu ainda pensei ‘deve ter outra cidade no mundo chamada Osório. Não deve ser verdade’. Quando subi no palco, o cara que estava apresentando começou a rir da minha cara. Eu só chorava. Eu realmente achava que seria impossível ganhar”, admitiu. Como prêmio pelo primeiro lugar da categoria, além de receber 3 mil dólares, Juliana poderá nomear um asteroide com um dos seus sobrenomes.
A pesquisa de Juliana foi desenvolvida durante o ensino médio técnico em administração no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul, com apoio da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, que cedeu um laboratório para que os testes fossem realizados. A ideia era usar as sobras de 75% do processamento da macadâmia para gerar algo sustentável, econômico e com relevância social. Durante o Isef 2019, o Brasil conquistou ainda outros 7 prêmios – o país mais premiado da América Latina e o 10º no ranking mundial.