“NA ONDA DO RÁDIO”, poesia em homenagem ao radialista Hélio Alves

"NA ONDA DO RÁDIO", poesia em homenagem ao radialista Hélio Alves - varzedo, saj, poesia, noticiasÀ esquerda Hélio Alves na Clube AM em 1996 | à direita na Clube FM em 2021

Em homenagem ao dia nacional do rádio, 25 de setembro, a poetisa Maria do Carmo, colunista do Tribuna do Recôncavo, expressa através da poesia uma homenagem ao radialista Hélio Alves, que desde criança sonhava em ser radialista e construiu uma trajetória no rádio, sobretudo na Clube FM, onde completou 25 anos na emissora em 1º de maio de 2021. Confira!

 

NA ONDA DO RÁDIO

Comunicação! Essencial à vida humana!

Desde os tempos primitivos, comunicar era preciso!

Antes das invenções tecnológicas, como o homem se comunicava?

Utilizando sinais, gestos e sons, seus sentimentos expressava.

 

Com o advento da tecnologia no Brasil, no século XX o rádio surgiu.

Que inovação! Uma essencial ferramenta na comunicação.

O Rádio, invadiu lares levando notícias e entretenimento.

Informações e radionovelas, eram as atrações do momento.

 

Este veículo de comunicação que nascia, necessitava de aparato.

A cooperação humana era essencial a sua evolução.

O Radialista, mediador, comunicador por excelência!

Sem a sua atuação, o rádio não teria eficiência.

 

A comunicação via rádio, pelo mundo se estendeu.

Ao campo e às cidades, levou informação e diversão.

Despertando em muitos, o desejo de atuar neste veículo de comunicação.

No Território do Recôncavo baiano, destaca-se um exemplo dessa vocação.

 

Na sua infância, já sonhava com esta profissão.

Simulava bancada e anúncios, o protótipo de uma rádio construía!

Brincando de radialista, com a comunicação se encantava.

Na adolescência, uma emissora primitiva já criava.

 

Esta emissora, era uma grande invenção para uma comunidade sem energia elétrica!

Mas já seria uma profecia do nascimento de um futuro radialista!

O som da Igreja fez parte da sua trajetória de comunicador!

Por ele anunciou o horário das missas, em leilões e eventos foi locutor.

 

Na década de 90, o sonho do “menino radialista” prosseguia!

Na Rádio Juventude, em sua terra natal (Varzedo), adentrava.

O mundo do rádio desvendava: festas, inaugurações, eventos,…

O sonho do “menino radialista”, se transformava em realidade naquele momento!

 

Prosseguindo com a sua atuação de comunicador,

Posteriormente, a equipe da então Rádio Clube AM, hoje Clube FM integrou.

Seu talento de radialista continuou demonstrando.

Nas áreas musical, jornalística e religiosa com empenho atuando.

Com a atuação de Hélio Alves, a história do rádio vem se perpetuando!

 

Jocinere Soares (Apresentação)

Maria do Carmo (Poesia)

Poema “CLAMOR DO NOSSO POVO” de Maria do Carmo

Poema “CLAMOR DO NOSSO POVO” de Maria do Carmo - poesiaFoto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil

Uma voz sufocada.

Um grito engasgado.

Um corpo enfraquecido.

Fome assolando.

Humanos desnutridos.

Lágrimas jorrando.

Estômago roncando.

Prato vazio.

Vozes sufocadas pelo descaso social.

Humanos caçam comida nos lixões.

O prato vazio espera por migalhas.

Os ossos antes descartados agora são disputados.

Estômago roncando, fome assolando!

Fome assolando, estômago roncando!

Até quando?

O povo brasileiro por justiça e dignidade clamando!

Até quando? Até quando?

Sobre a autora:

Maria do Carmo, residente na cidade de Mutuípe (BA), é autora da Coletânea Poética Retalhos de Vivências, tem poemas publicados em várias Antologias, sendo as mais recentes: Tabuleiro de Poesia, Seletos Versos, O Livro das Marias II e Sarau Brasil. Ela participa de eventos literários, sendo o mais recente no Palco aberto da III Feira Literária de Campina Grande/PB. Maria é professora da Escola Municipal Luís Eduardo Magalhães em Santo Antônio de Jesus e colunista do site de notícias Tribuna do Recôncavo.

Poesia “FESTA BOA” de Maria do Carmo

Poesia "FESTA BOA" de Maria do Carmo - poesiaFoto: Pedro Ventura/ Agência Brasília

As Festas Juninas, tão marcantes no nosso Nordeste, pelo segundo ano consecutivo não serão realizadas! É claro que neste contexto da pandemia, a prioridade é o cuidado e o respeito pela Vida! Enquanto a situação não se normaliza, evoquemos através da Poesia, tão bons momentos vivenciados.

FESTA BOA

Maio finalizava,

O povo já anunciava:

São João tá na porta!

Á meia noite do último dia de maio:

Fogos anunciavam o tão aguardado mês festivo.

Dava-se início aos preparativos:

Lenha para a fogueira armar,

Bandeirolas para casas e terreiros enfeitar,

Roupa nova para ir forrozear.

Forró pé de serra, era o estilo musical a predominar!

Tinha arrasta-pé aqui e acolá.

O destino do povão era o Arraiá!

Não faltavam o milho, a canjica, o amendoim e o licôr.

Todos forrozeavam: criança, adulto, vovó e vovô!

O braseiro da fogueira assava o milho a todo vapor.

Êta tempo bom, Sô!

Sobre a autora:

Maria do Carmo, residente na cidade de Mutuípe (BA), é autora da Coletânea Poética Retalhos de Vivências, tem poemas publicados em várias Antologias, sendo as mais recentes: Tabuleiro de Poesia, Seletos Versos, O Livro das Marias II e Sarau Brasil. Ela participa de eventos literários, sendo o mais recente no Palco aberto da III Feira Literária de Campina Grande/PB. Maria é professora da Escola Municipal Luís Eduardo Magalhães em Santo Antônio de Jesus e colunista do site de notícias Tribuna do Recôncavo.

No dia da Abolição da Escravatura, 13 de maio, leia “NEGRITUDE” de Maria do Carmo

No dia da Abolição da Escravatura, 13 de maio, leia “NEGRITUDE” de Maria do Carmo - poesiaImagem de StarGladeVintage de Pixabay

Por Maria do Carmo – poetisa

Os resquícios da escravatura no nosso país nos levam a refletir acerca da situação do Negro na sociedade contemporânea, em decorrência de um teórico abolicionismo relatado na História Oficial, em 13 de maio de 1888.

NEGRITUDE

Sou oriundo das tribos africanas.

Sou negro, sou gente bacana.

Pouco importa se vim do Sul ou do Norte.

Quero apagar as marcas da escravidão,

Construir uma nova história,

Modelar a minha própria sorte.

Fui refém dos porões e das senzalas,

Vitimado pela prepotência dos “senhores”.

Recorri ao abrigo no quilombo,

Salvei-me das torturas e horrores.

Sou negro, sou gente bacana.

Resistência é a minha identidade africana!

A sociedade contemporânea quer condenar-me novamente a escravidão,

Quer continuar me acorrentando com o preconceito e a discriminação.

A minha liberdade, não é apenas uma ficção!

Estou salvo dos porôes, das senzalas e das correntes.

E decreto: Respeito e dignidade para toda a minha gente!

Sou negro, sou bacana, sou gente!

Texto publicado na Antologia Literária: A MATRIZ DA PALAVRA – O NEGRO EM PROSA E VERSO pela Litteris Editora – 2015.

Sobre a autora:

Maria do Carmo, residente na cidade de Mutuípe (BA), é autora da Coletânea Poética Retalhos de Vivências, tem poemas publicados em várias Antologias, sendo as mais recentes: Tabuleiro de Poesia, Seletos Versos, O Livro das Marias II e Sarau Brasil. Ela participa de eventos literários, sendo o mais recente no Palco aberto da III Feira Literária de Campina Grande/PB. Maria é professora da Escola Municipal Luís Eduardo Magalhães em Santo Antônio de Jesus e colunista do site de notícias Tribuna do Recôncavo.

NATAL! O RENASCER PARA UM “NOVO SER”

NATAL! O RENASCER PARA UM “NOVO SER” - poesia, destaquePhoto by Bruno Martins on Unsplash

Por Maria do Carmo – poetisa

O Presépio, retrata um grande acontecimento!

Reproduz o cenário de um histórico nascimento,

O nascimento do MENINO-DEUS!

O Deus humano que veio com uma singular missão,

Salvar a humanidade que vivia nas trevas!

Uma estrela anunciou a natividade do Senhor!

Cumpriu-se a profecia de que “O Salvador” viria.

O Salvador assumiu a condição humana.

Trouxe luz, paz, justiça, amor, conversão!

Na simplicidade de uma gruta,

Brotou a história da salvação.

O nascimento do Menino-Deus,

Nos leva a refletir sobre nossa cotidiana missão,

De reconhecer o Menino-Deus em cada irmão,

Transformando em “gruta acolhedora” o nosso coração!

Sobre a autora:

Maria do Carmo, residente na cidade de Mutuípe (BA), é autora da Coletânea Poética Retalhos de Vivências, tem poemas publicados em várias Antologias, sendo as mais recentes: Tabuleiro de Poesia, Seletos Versos, O Livro das Marias II e Sarau Brasil. Ela participa de eventos literários, sendo o mais recente no Palco aberto da III Feira Literária de Campina Grande/PB. Maria é professora da Escola Municipal Luís Eduardo Magalhães em Santo Antônio de Jesus e colunista do site de notícias Tribuna do Recôncavo.

Poema de Maria do Carmo: Maternidade Africana

Poema de Maria do Carmo: Maternidade Africana - poesiaNa foto, Maria do Carmo | Crédito: Hélio Alves/ Tribuna do Recôncavo

A Poeta e escritora, Professora Maria do Carmo, nesta Semana da Consciência Negra, apresenta o seu Poema intitulado: Maternidade Africana. Carminha, como é conhecida, propõe através desta obra uma reflexão acerca do reconhecimento da importância do Negro e do seu legado na construção da sociedade brasileira, objetivando também alertar as pessoas sobre o compromisso para com o combate ao preconceito e a discriminação racial.

MATERNIDADE AFRICANA

O ventre da Mãe-África se permitiu gerar!

Gerar vidas para a humanidade perpetuar.

Seus filhos cresceram, frutificaram, a humanidade povoaram.

A Mãe-África em desalento, chorou ao ver seus filhos rejeitados!

Não os acolheram como humanos?

Sua cor era sinônimo de desamor?

A Mãe-África jamais desanimou!

Caminha filho! Caminha filha!

Renega o preconceito que a humanidade sempre te quis impor!

Sobre a autora:

Maria do Carmo, residente na cidade de Mutuípe (BA), é autora da Coletânea Poética Retalhos de Vivências, tem poemas publicados em várias Antologias, sendo as mais recentes: Tabuleiro de Poesia, Seletos Versos, O Livro das Marias II e Sarau Brasil. Ela participa de eventos literários, sendo o mais recente no Palco aberto da III Feira Literária de Campina Grande/PB. Maria é professora da Escola Municipal Luís Eduardo Magalhães em Santo Antônio de Jesus e colunista do site de notícias Tribuna do Recôncavo.