Dia da Desertificação e Seca é a chance de olhar para o bioma com a atenção que merece, reconhecendo as ações que são feitas para conservá-lo.
Para lembrar que, infelizmente, algumas regiões do planeta estão se tornando desertos e para destacar que é possível reverter a degradação da terra, foi criado o Dia da Desertificação e Seca, celebrado em 17 de junho. Este ano, a ONU decidiu por mais luzes ainda nas soluções para que a humanidade não perca áreas valiosas para a produção de alimentos e a conservação da biodiversidade, destacando a restauração, ou seja, as práticas que transformam terras degradadas em terras saudáveis.
Embora a Caatinga seja mais suscetível à desertificação, esse processo já afeta áreas do Cerrado, como no Piauí, por exemplo. Nesse caso, a desertificação tem relação com ações indiscriminadas – geralmente, o manejo da terra sem planejamento e sem respeitar os ciclos da natureza. O corte das árvores nativas e o uso descontrolado do fogo, muitas vezes, para dar lugar à pastagem, por exemplo, favorecem processos erosivos que resultam em áreas degradadas e subutilizadas tanto para a produção agropecuária, como para a conservação da biodiversidade.
“Reverter esse processo depende de um novo olhar para o Cerrado, que reconheça suas riquezas naturais, como: o baru, o pequi, o buriti, o rico mel das nossas abelhas e tantos outros produtos que podem ajudar a melhorar a vida das pessoas ao mesmo tempo em que conservam a paisagem”, explica Isabel Figueiredo, coordenadora do Programa Cerrado e Caatinga do Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN) – uma das parceiras do projeto Ceres, que também tem o apoio da União Europeia. “Proteger o Cerrado é garantir a conservação do berço das águas brasileiras, das quais dependem tanto o grande como o pequeno produtor, como também o abastecimento de energia e água de milhares de cidades em todo Brasil”, completa ela. (mais…)