A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a empagliflozina para o tratamento da insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida2. O medicamento, já utilizado atualmente para controle glicêmico e prevenção de eventos cardiovasculares em pessoas com diabetes mellitus tipo 2 (DM2), é comercializado pela aliança entre os laboratórios Boehringer Ingelheim e Eli Lilly3.
Todos os anos, cerca de 100 mil novos pacientes são diagnosticados com insuficiência cardíaca no Brasil4. Estes números alarmantes indicam que a doença progressiva e debilitante é ainda a primeira causa de internação hospitalar em pessoas acima de 60 anos no país1. A piora clínica do paciente em geral é a causa da internação hospitalar com sobrecarga importante e de alto custo para o sistema público. A pandemia de Sars-Cov-2 piorou este cenário pois contribuiu para elevar as internações hospitalares em face da limitada disponibilidade de leitos. Entre setembro de 2020 e fevereiro deste ano, de acordo com o DataSUS, foram registradas mais de 5 milhões de internações por COVID-19, causando sobrecarga no sistema de hospitalar, o que torna tão importante uma nova opção de tratamento que ajude a reduzir hospitalizações ou mortalidade por insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida5.
A decisão da agência reguladora aconteceu após avaliar os resultados positivos do estudo EMPEROR-Reduced em adultos com ou sem diabetes, com diagnóstico de insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida, ou seja, quando os ventrículos do coração não se contraem adequadamente durante cada batimento cardíaco, de modo que o sangue não é adequadamente bombeado para o corpo6. O medicamento foi associado à uma redução significativa de 25% do risco relativo de morte cardiovascular ou hospitalização devido a insuficiência cardíaca6. Os dados foram apresentados em agosto de 2020 no ESC, Congresso anual da Sociedade Europeia de Cardiologia, e publicados no The New England Journal of Medicine6. (mais…)