Mutuípe: Escritora Maria do Carmo lançou seu segundo livro “Recomendações Poéticas”

Mutuípe: Escritora Maria do Carmo lançou seu segundo livro "Recomendações Poéticas" - poesia, noticias, mutuipe, destaqueNa foto, Maria do Carmo | Crédito: Hélio Alves/ Tribuna do Recôncavo

Aconteceu na tarde do último sábado, dia 13, no Salão Paroquial da Paróquia São Roque, em Mutuípe (BA), o lançamento do livro de poesias “Recomendações Poéticas” da professora Maria do Carmo, conhecida por Carmem ou Carminha.

O evento contou com a presença dos escritores locais Neide Thetê e Antônio Carlos Silva, Marise Brito (professora de teatro), Astibaldo Ferreira (professor), Lucas Silva (músico que fez a animação do evento com voz e violão), Hélio Alves (radialista), Jocinere Soares (professora), Padre José Roberto, além de amigos e familiares.

Em sua fala professora Carminha contou sua trajetória literária, ressaltou a importância da sociedade valorizar e reconhecer os escritores locais e regionais, agradeceu ao público presente e explicou o porquê de ter convidado uma criança para recitar uma poesia durante o lançamento. “É uma forma de incentivar a participação das crianças nesses eventos, quem sabe uma criança dessa no futuro não tenha o dom de escrever e recitar”, disse. O evento foi encerrado com sessão de autógrafos.

As poesias de Maria do Carmo são inspiradas no cotidiano, na natureza e na observação dos aspectos culturais e sociais da sociedade e na visibilidade do povo negro, historicamente vitimado pelo racismo. “Recomendações Poéticas” é o segundo livro de poesias de Carminha, que em breve será lançado virtualmente. Ela também é autora do livro “Retalhos de Vivência”, lançado em 2017.

Matéria: Hélio Alves/ Tribuna do Recôncavo

Confira no vídeo abaixo o poema “Agonizante” recitado por Maria do Carmo durante o evento!

https://www.youtube.com/watch?v=IQ0TmR-B1Dg

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No dia do professor, 15/10, leia o poema INUSITADA VISITA À SALA DE AULA!

No dia do professor, 15/10, leia o poema INUSITADA VISITA À SALA DE AULA! - poesiaImagem de PublicDomainPictures de Pixabay

Por Maria do Carmo

Acordei cedo como de costume. Fiz o ritual matinal pré escola: banho, café, transporte. Cheguei ao meu local de trabalho, a Escola.

Toca a campainha e lá fui eu para o cumprimento do meu ofício de professor, ao iniciar do letivo dia!

Adentro a sala de aula e saúdo os alunos: Bom Dia! Coloco a bolsa onde estão os apetrechos básicos de um professor ( livros, cadernos, lápis, caneta), sobre a mesa. Sento-me garbosamente, abro a caderneta para iniciar a chamada.

Ao remexer o interior da bolsa a procura de uma caneta, um esnobe e distinto “ser”, num voo rasante, atirou-se ao chão! A turma caiu numa crise de risos! Kkkkkkkk. Alguém exclamou: a barata saiu da sacola da tia!

Fiquei atônita mas fingir também achar graça! Pensava: Esta cena seria uma demonstração de imundície, descuido ou de sujeira ou simplesmente a barata pegou carona intencionalmente?

O problema é saber se ela foi a Escola com o intuito de ser aluna, professora ou simplesmente para fazer a tia passar vexame diante da classe!

Isto não é um conto de carochinha! É um conto baseado na real história de uma letrada baratinha!

Sobre a autora:

Maria do Carmo, residente na cidade de Mutuípe (BA), é autora da Coletânea Poética Retalhos de Vivências, tem poemas publicados em várias Antologias, sendo as mais recentes: Tabuleiro de Poesia, Seletos Versos, O Livro das Marias II e Sarau Brasil. Ela participa de eventos literários, sendo o mais recente no Palco aberto da III Feira Literária de Campina Grande/PB. Maria é professora da Escola Municipal Luís Eduardo Magalhães em Santo Antônio de Jesus e colunista do site de notícias Tribuna do Recôncavo.

“NA ONDA DO RÁDIO”, poesia em homenagem ao radialista Hélio Alves

"NA ONDA DO RÁDIO", poesia em homenagem ao radialista Hélio Alves - varzedo, saj, poesia, noticiasÀ esquerda Hélio Alves na Clube AM em 1996 | à direita na Clube FM em 2021

Em homenagem ao dia nacional do rádio, 25 de setembro, a poetisa Maria do Carmo, colunista do Tribuna do Recôncavo, expressa através da poesia uma homenagem ao radialista Hélio Alves, que desde criança sonhava em ser radialista e construiu uma trajetória no rádio, sobretudo na Clube FM, onde completou 25 anos na emissora em 1º de maio de 2021. Confira!

 

NA ONDA DO RÁDIO

Comunicação! Essencial à vida humana!

Desde os tempos primitivos, comunicar era preciso!

Antes das invenções tecnológicas, como o homem se comunicava?

Utilizando sinais, gestos e sons, seus sentimentos expressava.

 

Com o advento da tecnologia no Brasil, no século XX o rádio surgiu.

Que inovação! Uma essencial ferramenta na comunicação.

O Rádio, invadiu lares levando notícias e entretenimento.

Informações e radionovelas, eram as atrações do momento.

 

Este veículo de comunicação que nascia, necessitava de aparato.

A cooperação humana era essencial a sua evolução.

O Radialista, mediador, comunicador por excelência!

Sem a sua atuação, o rádio não teria eficiência.

 

A comunicação via rádio, pelo mundo se estendeu.

Ao campo e às cidades, levou informação e diversão.

Despertando em muitos, o desejo de atuar neste veículo de comunicação.

No Território do Recôncavo baiano, destaca-se um exemplo dessa vocação.

 

Na sua infância, já sonhava com esta profissão.

Simulava bancada e anúncios, o protótipo de uma rádio construía!

Brincando de radialista, com a comunicação se encantava.

Na adolescência, uma emissora primitiva já criava.

 

Esta emissora, era uma grande invenção para uma comunidade sem energia elétrica!

Mas já seria uma profecia do nascimento de um futuro radialista!

O som da Igreja fez parte da sua trajetória de comunicador!

Por ele anunciou o horário das missas, em leilões e eventos foi locutor.

 

Na década de 90, o sonho do “menino radialista” prosseguia!

Na Rádio Juventude, em sua terra natal (Varzedo), adentrava.

O mundo do rádio desvendava: festas, inaugurações, eventos,…

O sonho do “menino radialista”, se transformava em realidade naquele momento!

 

Prosseguindo com a sua atuação de comunicador,

Posteriormente, a equipe da então Rádio Clube AM, hoje Clube FM integrou.

Seu talento de radialista continuou demonstrando.

Nas áreas musical, jornalística e religiosa com empenho atuando.

Com a atuação de Hélio Alves, a história do rádio vem se perpetuando!

 

Jocinere Soares (Apresentação)

Maria do Carmo (Poesia)

Poema “CLAMOR DO NOSSO POVO” de Maria do Carmo

Poema “CLAMOR DO NOSSO POVO” de Maria do Carmo - poesiaFoto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil

Uma voz sufocada.

Um grito engasgado.

Um corpo enfraquecido.

Fome assolando.

Humanos desnutridos.

Lágrimas jorrando.

Estômago roncando.

Prato vazio.

Vozes sufocadas pelo descaso social.

Humanos caçam comida nos lixões.

O prato vazio espera por migalhas.

Os ossos antes descartados agora são disputados.

Estômago roncando, fome assolando!

Fome assolando, estômago roncando!

Até quando?

O povo brasileiro por justiça e dignidade clamando!

Até quando? Até quando?

Sobre a autora:

Maria do Carmo, residente na cidade de Mutuípe (BA), é autora da Coletânea Poética Retalhos de Vivências, tem poemas publicados em várias Antologias, sendo as mais recentes: Tabuleiro de Poesia, Seletos Versos, O Livro das Marias II e Sarau Brasil. Ela participa de eventos literários, sendo o mais recente no Palco aberto da III Feira Literária de Campina Grande/PB. Maria é professora da Escola Municipal Luís Eduardo Magalhães em Santo Antônio de Jesus e colunista do site de notícias Tribuna do Recôncavo.

Poesia “FESTA BOA” de Maria do Carmo

Poesia "FESTA BOA" de Maria do Carmo - poesiaFoto: Pedro Ventura/ Agência Brasília

As Festas Juninas, tão marcantes no nosso Nordeste, pelo segundo ano consecutivo não serão realizadas! É claro que neste contexto da pandemia, a prioridade é o cuidado e o respeito pela Vida! Enquanto a situação não se normaliza, evoquemos através da Poesia, tão bons momentos vivenciados.

FESTA BOA

Maio finalizava,

O povo já anunciava:

São João tá na porta!

Á meia noite do último dia de maio:

Fogos anunciavam o tão aguardado mês festivo.

Dava-se início aos preparativos:

Lenha para a fogueira armar,

Bandeirolas para casas e terreiros enfeitar,

Roupa nova para ir forrozear.

Forró pé de serra, era o estilo musical a predominar!

Tinha arrasta-pé aqui e acolá.

O destino do povão era o Arraiá!

Não faltavam o milho, a canjica, o amendoim e o licôr.

Todos forrozeavam: criança, adulto, vovó e vovô!

O braseiro da fogueira assava o milho a todo vapor.

Êta tempo bom, Sô!

Sobre a autora:

Maria do Carmo, residente na cidade de Mutuípe (BA), é autora da Coletânea Poética Retalhos de Vivências, tem poemas publicados em várias Antologias, sendo as mais recentes: Tabuleiro de Poesia, Seletos Versos, O Livro das Marias II e Sarau Brasil. Ela participa de eventos literários, sendo o mais recente no Palco aberto da III Feira Literária de Campina Grande/PB. Maria é professora da Escola Municipal Luís Eduardo Magalhães em Santo Antônio de Jesus e colunista do site de notícias Tribuna do Recôncavo.

No dia da Abolição da Escravatura, 13 de maio, leia “NEGRITUDE” de Maria do Carmo

No dia da Abolição da Escravatura, 13 de maio, leia “NEGRITUDE” de Maria do Carmo - poesiaImagem de StarGladeVintage de Pixabay

Por Maria do Carmo – poetisa

Os resquícios da escravatura no nosso país nos levam a refletir acerca da situação do Negro na sociedade contemporânea, em decorrência de um teórico abolicionismo relatado na História Oficial, em 13 de maio de 1888.

NEGRITUDE

Sou oriundo das tribos africanas.

Sou negro, sou gente bacana.

Pouco importa se vim do Sul ou do Norte.

Quero apagar as marcas da escravidão,

Construir uma nova história,

Modelar a minha própria sorte.

Fui refém dos porões e das senzalas,

Vitimado pela prepotência dos “senhores”.

Recorri ao abrigo no quilombo,

Salvei-me das torturas e horrores.

Sou negro, sou gente bacana.

Resistência é a minha identidade africana!

A sociedade contemporânea quer condenar-me novamente a escravidão,

Quer continuar me acorrentando com o preconceito e a discriminação.

A minha liberdade, não é apenas uma ficção!

Estou salvo dos porôes, das senzalas e das correntes.

E decreto: Respeito e dignidade para toda a minha gente!

Sou negro, sou bacana, sou gente!

Texto publicado na Antologia Literária: A MATRIZ DA PALAVRA – O NEGRO EM PROSA E VERSO pela Litteris Editora – 2015.

Sobre a autora:

Maria do Carmo, residente na cidade de Mutuípe (BA), é autora da Coletânea Poética Retalhos de Vivências, tem poemas publicados em várias Antologias, sendo as mais recentes: Tabuleiro de Poesia, Seletos Versos, O Livro das Marias II e Sarau Brasil. Ela participa de eventos literários, sendo o mais recente no Palco aberto da III Feira Literária de Campina Grande/PB. Maria é professora da Escola Municipal Luís Eduardo Magalhães em Santo Antônio de Jesus e colunista do site de notícias Tribuna do Recôncavo.