Por Carlos Gil Ferreira – oncologista.
O câncer já é um dos principais desafios de saúde e a tendência é que a situação se agrave: a Agência Internacional para Pesquisa sobre Câncer (IARC, na sigla em inglês), entidade vinculada à Organização Mundial da Saúde (OMS), calcula que cerca de 18 milhões de pessoas receberam o diagnóstico da doença em 2020 e a expectativa é que, em 20 anos, esse número chegue a 28 milhões de novos casos ao ano. No Brasil, as estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA) indicam mais de 700 mil novas ocorrências só este ano. Porém, junto com o aumento de casos, também crescem opções de diagnóstico e tratamento que vêm revolucionando o combate da doença. A principal – e mais recente delas – são as abordagens e drogas desenvolvidas a partir das análises genômicas.
As inovações são feitas a partir da avaliação precisa dos tumores em laboratório, tornando possível não apenas oferecer novas terapias alvo, mas também obter um entendimento molecular profundo para saber como cada tipo de câncer se comporta. Desta forma, é possível elaborar estratégias terapêuticas mais assertivas, o que tem aumentando a sobrevida e qualidade de vida de diversos pacientes.
“Alternativas de terapias personalizadas e individualizadas podem fazer com que o câncer se aproxime cada vez mais de se tornar uma doença considerada crônica, com benefícios mensuráveis à qualidade de vida de pacientes”, aponta o oncologista Carlos Gil Ferreira, presidente do Instituto Oncoclínicas e diretor médico do Grupo Oncoclínicas. Para ele, o futuro do tratamento da doença é promissor e permitirá que mais pessoas tenham alternativas terapêuticas para muito além da quimioterapia e radioterapia.