Sarampo, meningite, pólio: vacinas evitam sequelas para a vida toda

Sarampo, meningite, pólio: vacinas evitam sequelas para a vida toda - saudeImagem de Angelo Esslinger por Pixabay

Em 1960, Helena Teodoro Michelon tinha 1 ano e 2 meses de idade quando deu entrada no Hospital das Clínicas de São Paulo, com a perna direita paralisada. Até então, a febre alta tinha sido tratada com dipirona por um farmacêutico, mas o temido sintoma alertou a avó e a mãe de que o motivo poderia ser mais grave. As duas viraram a noite para conseguir uma vaga de internação. Sarampo, meningite, pólio: vacinas evitam sequelas para a vida toda - saudeSarampo, meningite, pólio: vacinas evitam sequelas para a vida toda - saude

“Só naquela noite, junto comigo, internaram 49 crianças com pólio. E lá fiquei dois meses, em um isolamento só com crianças com pólio. Fiquei no pulmão de aço. Assim começou minha luta de sequelada da pólio”, conta Helena, que hoje tem 64 anos. “Falo para as mães novas que não deixem de vacinar seus filhos. Me olhem, olhem com olhos fixos, porque eu sou prova viva da sequela da pólio. A sequela da pólio é o que eu sou hoje. Então, prestem atenção. A sequela da pólio é para o resto da vida, não tem cura. É uma deficiência permanente”.

A prevenção da paralisia infantil era uma esperança urgente, mas ainda distante no ano em que Helena foi internada. Albert Sabin havia descoberto a vacina oral contra a poliomielite (VOP) três anos antes, e a vacinação contra a doença no Brasil começaria apenas em 1961, no Rio de Janeiro e em São Paulo. O Plano Nacional de Controle da Poliomielite, primeira tentativa organizada nacionalmente de controlar a doença no país, viria apenas 10 anos depois, em 1971. (mais…)

Efeitos da pandemia no número de suicídios precisam ser monitorados

Efeitos da pandemia no número de suicídios precisam ser monitorados - saudeFoto: Divulgação

Apesar de a Organização Mundial da Saúde (OMS) ter declarado, em maio deste ano, o fim da emergência de saúde pública provocada pela covid-19, os efeitos indiretos da pandemia devem continuar sendo monitorados, no que se referem ao aumento de casos de suicídio. Essa é a ideia defendida por pesquisadores do Instituto Leônidas & Maria Deane da Fundação Oswaldo Cruz no Amazonas (ILMD/Fiocruz Amazônia), neste 10 de setembro, Dia Mundial da Prevenção do Suicídio.Efeitos da pandemia no número de suicídios precisam ser monitorados - saudeEfeitos da pandemia no número de suicídios precisam ser monitorados - saude

Com base em dados de mortalidade do Ministério da Saúde, o epidemiologista Jesem Orellana, o psiquiatra Maximiliano Ponte, da Fiocruz Ceará, e o pesquisador sênior da Fiocruz Amazônia Bernardo Lessa Horta se propuseram a analisar a ocorrência de casos de suicídios no país durante as fases mais críticas da pandemia.

Eles identificaram um número maior que o esperado – com base em médias históricas – nas faixas de idade a partir dos 30 anos, sobretudo em mulheres das regiões Norte e Nordeste. O estudo Excess Suicides in Brazil during the First Two Years of the Covid-19 Pandemic: Gender, Regional and Age Group Inequalities (Excesso de Suicídios no Brasil nos Dois Primeiros Anos da Pandemia de Covid-19: Desigualdades de Gênero, Regionais e de Faixas Etárias) foi publicado no International Journal of Social Psychiatry, tradicional periódico no campo da psiquiatria social. (mais…)

Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio: saúde mental de jovens preocupa

Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio: saúde mental de jovens preocupa - saudeFoto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, por ano, mais de 700 mil pessoas tirem a própria vida em todo o mundo. Segundo a organização, o número pode chegar a 1 milhão se forem considerados os casos não registrados. No Brasil, são aproximadamente 14 mil suicídios todos os anos — uma média de 38 pessoas por dia. Neste domingo, dia 10, é o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. Especialistas apontam que a maioria dos casos é relacionada a transtornos mentais, como depressão, e alertam que esses problemas têm se manifestado cada vez mais cedo.Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio: saúde mental de jovens preocupa - saudeDia Mundial de Prevenção ao Suicídio: saúde mental de jovens preocupa - saude

Segundo o psiquiatra Rodrigo Bressan, presidente do Instituto Ame Sua Mente, pesquisas indicam que 75% dos transtornos mentais do adulto começam antes dos 24 anos. No caso dos adolescentes, metade tem início antes dos 14 anos. “A gente acaba vendo o indivíduo que está deprimido com 20, com 30 anos, mas na verdade a doença, a maioria, começou muito mais cedo”, diz.

Um dos problemas que têm se apresentado cada vez mais cedo é a autolesão. Um estudo da Universidade Federal Fluminense (UFF), financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), analisou casos de 61 alunos de 10 a 16 anos. Além de mostrar que 83% dos casos parecem ocorrer por causa de conflitos familiares não resolvidos, revelou ainda que a maioria está associada à depressão. “Nós encontramos um índice de correlação 65%”, afirma o doutor em psicologia Antonio Augusto Pinto Junior, coordenador do Estudo sobre a Estruturação do Ego e da Personalidade de Adolescentes que se Automutilam. Ele avalia ser necessário outra pesquisa justamente para compreender melhor essa associação entre a depressão e os quadros de autolesão. (mais…)

51% da população quer julgamento e punição por mortes pelo Covid-19

51% da população quer julgamento e punição por mortes pelo Covid-19 - saudeImagem de HubertPhotographer por Pixabay

Um levantamento realizado pelo Centro de Estudos SoU Ciência da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) mostra que 51,5% da população quer que os crimes associados a mais de 700 mil mortes pelo novo coronavírus no Brasil sejam julgados e condenados. O levantamento aponta que, para 62,1% dos entrevistados, o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro e o Ministério da Saúde foram os principais responsáveis pelas mortes. Para pesquisadores, se a conduta tivesse sido outra, haveria menos óbitos.51% da população quer julgamento e punição por mortes pelo Covid-19 - saude51% da população quer julgamento e punição por mortes pelo Covid-19 - saude

O levantamento apurou que 76,5% dos entrevistados disseram ter acompanhado a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, comissão realizada no Senado Federal em 2021, e que esse acompanhamento foi essencial para dar embasamento às opiniões.

O estudo perguntou qual seria a forma para a reparação dos crimes. As três providências sugeridas pelo estudo para reparar os crimes que tiveram maior adesão foram: criar uma Comissão da Verdade para apurar os crimes (44,7%); indenizar as vítimas, crianças que perderam pai e/ou mãe (39%); criar um Tribunal Especial para acelerar os julgamentos (38,3%). (mais…)

Feira de Santana: Secretaria de Saúde confirma segundo caso de raiva em morcego

Feira de Santana: Secretaria de Saúde confirma segundo caso de raiva em morcego - saude, feira-de-santanaImagem de Julia Schwab por Pixabay

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Feira de Santana confirmou, nesta terça-feira, dia 5, o segundo caso de raiva em morcego em 2023. O animal foi encontrado no bairro Gabriela. A equipe do Centro de Controle de Zoonoses esteve no local e realizou as ações preventivas de proteção.

O caso anterior de raiva animal foi registrado em um morcego encontrado no bairro Caseb. Após o registro dos casos, o CCZ fez a vacinação de cães e gatos que estão nos bairros. A medida é uma das mais importantes para prevenir a disseminação da raiva entre os animais domésticos e, consequentemente, proteger a saúde da população.

Caso outro morcego morto seja encontrado, a população é orientada a acionar imediatamente o Centro Municipal de Controle de Zoonoses pelo número (75) 9 9851-8583, para que o animal seja recolhido e submetido a exames para verificar se estava infectado com o vírus da raiva.

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Pandemia eleva consumo de ultraprocessados no Brasil, revela pesquisa

Pandemia eleva consumo de ultraprocessados no Brasil, revela pesquisa - saudeFoto: Tânia Rêgo/ Arquivo/ Agência Brasil

A pandemia de covid-19 teve impacto negativo na alimentação da população brasileira, com aumento no consumo de alimentos ultraprocessados, indica estudo que envolveu pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).Pandemia eleva consumo de ultraprocessados no Brasil, revela pesquisa - saudePandemia eleva consumo de ultraprocessados no Brasil, revela pesquisa - saude

Os dados foram coletados pelo Instituto Datafolha, numa parceria com o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor, nos anos de 2019, 2020 e 2021, com amostras representativas da população adulta.

O trabalho mostra impactos diferentes de acordo com os estágios da pandemia e também mudanças alimentares resultantes da piora da condição financeira. (mais…)