A Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) determinou, nesta sexta-feira, dia 22, uma investigação rigorosa dos policiais militares flagrados ao executar um homem rendido, com vários tiros, na localidade do Calafate, região da Avenida San Martin, em Salvador.
Inquéritos já foram instaurados pelas corregedorias Geral da SSP e da PM. A primeira abriu o processo para fazer o acompanhamento do caso, enquanto a segunda ficará responsável por apurar a conduta dos policiais, que fazem parte das Rondas Especiais (Rondesp).
O secretário Ricardo Mandarino declarou que a investigação explicará à sociedade o que aconteceu, e ressaltou que esse tipo de situação não pode acontecer, já que a orientação da SSP é de “respeito à pessoa humana”.
G1/ Bahia
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Uma resposta para “Secretaria de Segurança Pública determina investigação de PMs flagrados ao executar homem rendido em Salvador”
Já passou da hora de o Congresso Nacional reagir com rigor contra a escalada da violência policial no país.
São cada vez mais frequentes os casos de ações policiais truculentas, abusivas e por vezes ilegítimas que vemos publicados diariamente nos jornais, ficando a impressão de que vivemos em um país em que direitos e garantias constitucionais já não vigem mais.
Vemos na mídia quase todos os dias pessoas espancadas nas ruas por policiais mesmo depois de algemadas, imobilizadas e sem esboçarem qualquer reação.
Pessoas consideradas suspeitas sem qualquer prova contra elas, na maioria das vezes em razão de sua cor ou condição social, são sumariamente executadas em praça pública pela polícia, sem direito à defesa ou a um julgamento justo embasado que seja no devido processo legal.
Jovens negros, pobres e moradores de favelas são com frequência o público alvo dessas abordagens policiais impróprias, arbitrárias e inaptas, que apesar de nos causar revolta e comoção, tornaram-se frequentes nos nosso dias, passando a fazer parte do cotidiano !!
Na cidade de São Paulo, por exemplo, jovens da periferia – marcados de forma generalizada com o estigma de “bandidos” pela polícia –, são abordados, agredidos e humilhados por policiais sem qualquer flagrante, sem qualquer razão, especialmente na zona sul e na zona norte, onde se concentra o maior número de favelas na capital paulista.
E nessas abordagens imoderadas e por vezes truculentas contra populações de comunidades, morros e favelas paulistas, alguns acabam mortos, e depois, com as investigações, descobre-se que a pessoa executada pela polícia não tinha praticado crime algum, e no final das contas, quase nada acontece com o policial transgressor, quando muito o agente é retirado das ruas e transferido para o COPOM. Um ou outro acaba preso, mas na maioria das vezes não são punidos ou a punição é mínima.
Dificilmente, você vê isso acontecer em bairros nobres como Itaim Bibi, Jardins e Morumbi. A violência policial, quando ocorre, é sempre dentro das comunidades ou nas imediações destas.
E nada tem sido feito pelo governo do Estado para conter a atuação arbitrária das forças policiais e pôr fim a essa verdadeira barbárie.
No caso em pauta, vê-se no vídeo um homem já rendido e sem estampar qualquer reação, sendo desnecessariamente fuzilado com diversos tiros à queima-roupa por policiais que parecem totalmente descontrolados e desorientados.
É como se o Estado democrático de direito tivesse dado lugar a um Estado policial arbitrário.
É como se o Brasil tivesse se transformado numa terra sem lei, sem liberdade, sem justiça.