Ter um envelhecimento saudável e feliz é o sonho de grande parte da população. Muitos avanços da medicina e da sociedade permitiram que a expectativa de vida aumentasse significativamente nos últimos anos, e, por isso, muito se fala em como envelhecer de forma saudável no aspecto físico, mas uma realidade pouco debatida ainda é que os problemas relacionamentos à saúde mental têm aumentado entre os idosos. Esta população apresenta as maiores taxas de suicídio no país – 8,9 para cada 100 mil – sendo que a taxa nacional é de 5,5 para cada 100 mil, conforme dados de 2017 do Ministério da Saúde. Na Bahia, em 2017, 9% dos suicídios foram cometidos por idosos acima de 70 anos.
A psicóloga da Holiste Psiquiatria, Raíssa Silveira, salienta que uma vida mais longa permite que os indivíduos vivenciem mais intensamente os efeitos das mudanças promovidas pela passagem do tempo no corpo, alterando sua percepção da autoimagem e também os laços sociais. Essas mudanças são inevitáveis e implicam uma série de perdas que demandam adaptações no modo de vida.
“A velhice é o momento em que a pessoa se depara com perdas e mudanças associadas a incapacidades, como o não conseguir realizar mais atividades do dia a dia, o medo que os papeis se invertam e, sem poder trabalhar, ficar dependente dos filhos. Mas é possível encontrar recursos para que as limitações que surgem com o tempo sejam minimizadas. É possível chegar aos 80 com qualidade de vida, mesmo que as vezes não fazendo, da mesma forma, as atividades realizadas anteriormente”, pontua.
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