Especialista faz análise geral da prova do ENEM 2024

Imagem de jannoon028 no Freepik

Por Vinícius Costa, coordenador pedagógico do Bernoulli.

O Enem veio aprofundando a multidisciplinaridade, algo que já estava acontecendo nas últimas provas, mas a gente observa que neste ano realmente a multidisciplinaridade foi o objetivo da prova. Muitas questões neste sentido na prova de humanas, histórico, geográfico, sociológico, em que o texto era de uma área e a pergunta de outra.

Também vimos na linguagem uma discussão cada vez mais multidisciplinar, trazendo elementos culturais, sociais, políticos e o próprio tema de redação evocando uma discussão de herança africana no Brasil, o que dialoga com a prova de história. Ou seja, a gente observa que o Enem caminha para uma discussão mais de temas sociais, em que as áreas vão se aprofundando na discussão sem necessariamente o conteúdo específico de cada área se destacar.

Realmente o que importa é a horizontalidade da prova e o diálogo que as áreas fazem, apontando aí, talvez, uma tradição de futuro da prova para a próxima década, com o conteúdo específico dialogando com as outras áreas numa prova muito interconectada. A gente observa que o Enem continua trazendo as discussões de minorias sociais, discussão do feminismo, da negritude, inclusive no tema de redação, mas apesar das temáticas de minoria social, a discussão sempre com embasamento de conteúdo. Então a gente não observou uma grande questão polêmica, a não ser os próprios temas que são polêmicos hoje na sociedade, mas a prova de maneira muito tranquila abordou esses temas cobrando dentro dos conteúdos específicos de cada matéria.

Professora de Redação e Língua Portuguesa analisa tema da Redação do Enem 2024

Imagem ilustrativa de Free-Photos por Pixabay

Tema  DESAFIOS PARA A VALORIZAÇÃO DA HERANÇA AFRICANA NO BRASIL.

O tema supera as expectativas, as apostas, os spoilers. É um tema muito interessante, afinal de contas retrata uma minoria que é desvalorizada. Neste caso, o candidato foi convidado a analisar e refletir sobre a herança africana no Brasil, conduzido pela palavra “desafios”, que é o comando específico. Ou seja, não era tratar de qualquer aspecto acerca da herança africana, mas das dificuldades que se tem para valorizar a herança da cultura africana no país.

Nesse sentido, poderia ser abordado o processo de formação da história brasileira, que é eurocêntrica, tudo que era valorizado vinha da Europa e, neste caso, o que era produzido pelo negro era invisibilizado. Nesse sentido, nós podemos, por exemplo, trazer como argumentação para o desenvolvimento 1, preconceito em tudo, em torno de tudo que é produzido pelos negros, e no desenvolvimento 2, poderia falar da invisibilidade dessa questão nas escolas. Como repertório, era possível trazer a obra Casa Grande e Senzala, do sociólogo Gilberto Freire.

Poderia ser feita, também, uma alusão histórica da forma como os escravos viviam na senzala e se alimentavam, por exemplo, dos restos, das vísceras do que não era usado pelos senhores de engenho, e daí surge o que é chamado de comida de senzala, como a feijoada, o sarapatel, a dobradinha, comidas em que eram utilizados ingredientes desprezados pelos donos, pelos detentores do poder. (mais…)

ARTIGO: Entenda as fases do luto e como lidar com as perdas

Imagem de Andreas Lischka por Pixabay

Perder alguém ou algo significativo na vida é profundamente desafiador e pode provocar uma série de emoções complexas. Isso envolve a morte de um ente querido, o fim de um relacionamento ou mudanças drásticas na vida, por exemplo. Nesses casos, o luto é uma resposta natural e envolve um processo que, embora seja universal, é vivido de maneira única por cada pessoa.

Segundo a Dra. Clarissa Fontoura, professora do curso de Psicologia do UNINASSAU em Salvador, psicóloga e especialista em luto, esse processo é essencial para a cura e readaptação à nova realidade. ‘Geralmente, as pessoas que sofrem a perda passam por cinco fases: negação, raiva, barganha, depressão e aceitação. De início, é criada uma barreira para proteger-se do impacto emocional. Em seguida, o indivíduo pode se sentir injustiçado. No terceiro momento, surge um desejo intenso de reverter a situação, como promessas para aliviar a dor. Quando a realidade é plenamente sentida, vem o estado de profunda tristeza e desânimo, sendo essencial buscar apoio emocional. Por último, há a adaptação à nova realidade. E isso não significa o desaparecimento da dor’.

Clarissa ainda enfatiza que, apesar de as fases acima serem bastante conhecidas e popularizadas, o modelo do processo dual se aproxima um pouco mais dos processos de luto. Ele sugere que nem todas as pessoas seguem o mesmo padrão na experiência de enlutamento. Há um período de transição no qual sentimentos de tristeza, saudade, raiva, apatia, solidão e culpa são experimentados conjuntamente. (mais…)

Ministério entrega notebooks na Associação do Quilombo Kalunga em Cavalcante

Imagem ilustrativa de Engin Akyurt por Pixabay

O Ministério das Comunicações entregou nesta terça-feira (29) notebooks para moradores do maior território quilombola do Brasil. A doação dos equipamentos à Associação do Quilombo Kalunga, em Cavalcante (Goiás), faz parte do programa Computadores para Inclusão. Ao todo, serão destinados 14 notebooks para a criação de um laboratório de informática na comunidade.

O território Quilombo Kalunga foi reconhecido pela ONU como o primeiro Território e Área Conservada por Comunidades Indígenas e Locais (Ticca) do Brasil. O título é concedido a regiões que mantêm a conservação da natureza e asseguram o bem-estar de seu povo. A área também é considerada o maior território quilombola do Brasil. A comunidade está no local há mais de 300 anos e toda a área segue preservada.

Ao todo, 39 comunidades vivem no local, em uma área de aproximadamente 262 mil hectares. São quase 8 mil habitantes, que têm na agricultura sua principal atividade econômica. (mais…)

Saiba quais foram as palavras mais utilizadas pelos candidatos

Imagem de Irina L por Pixabay

O Pacto pela Democracia, coalizão que reúne mais de 200 organizações da sociedade civil, realizou um monitoramento exclusivo das redes sociais dos candidatos à prefeitura das capitais e identificou que, por exemplo, a palavra ‘Deus’ foi citada duas vezes mais do que ‘Democracia’. O levantamento foi realizado por meio do ConfiA, serviço de mapeamento de desinformação criado em parceria com o Meedan, organização especializada em desenvolver ferramentas digitais para a confiabilidade na distribuição de informações.

Foram monitorados 378 perfis (totalizando mais de 50 mil postagens), entre as informações levantadas estão:

  • As postagens são concentradas em maioria no Instagram (58,3%);
  • A palavra ‘Deus’ foi citada 1766 vezes e “Democracia”, 887 vezes;
  • Lula é citado 1390 e Bolsonaro, 905;
  • 2017 postagens citam STF; e,
  • ‘Impeachment’ foi citada 260 vezes;

Durante o bloqueio do X foram realizadas 964 publicações de candidatos, sendo que Eduardo Girão (NOVO/CE), Pablo Marçal (PRTB/SP) e Marina Helena (NOVO/SP) foram os candidatos que mais postaram.

Texto: Sara Puerta.

Ricardo Nunes é eleito prefeito de São Paulo

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Ricardo Nunes (MDB) venceu o segundo turno das eleições em São Paulo. Com 91,12% dos votos apurados, Nunes obteve 59,56% dos votos válidos. Guilherme Boulos (Psol) ficou em segundo lugar, com 40,44%. Ricardo Nunes assumiu a prefeitura da cidade de São Paulo ao ocupar a cadeira de prefeito após a morte de Bruno Covas (PSDB), que faleceu em 2021, vítima de câncer. O candidato do MDB, antes de ser prefeito, foi vereador entre 2013 e 2020.

Empresário, tornou-se bem sucedido no ramo de controle de pragas, com uma empresa especializada no ramo da desinfecção de navios nos portos do país. Como político na Câmara Municipal, se notabilizou ao presidir a comissão parlamentar de inquérito sobre sonegação de impostos, a CPI da Sonegação Tributária. Também ficou conhecido por defender a anistia a templos religiosos e defender pautas conservadoras. É filiado ao MDB desde os 18 anos.

Neste domingo Ricardo subiu ao palanque e discursou para agradecer o apoio do paulistano. O mandatário reeleito lembrou dos ataques dirigidos à sua esposa e o apoio do governador Tarcisio de Freitas, que estava ao seu lado no palco. ‘A campanha terminou, a hora das diferenças passou, e vamos governar para todos’, afirmou.

Fonte: Agência Brasil.