O Tribuna do Recôncavo ouviu nesta quinta-feira (21/03) Raphaela de Oliveira Ferreira, 24 anos, filha de Maria Teresa Souza Nascimento, 43 anos, a qual morreu na segunda-feira (18), após ser atropelada por um caminhão que fazia a coleta de lixo na cidade de Amargosa (BA). A balconista Raphaela, residente em Belo Horizonte, Minas Gerais, foi adotada aos 3 meses de vida, e conheceu a sua mãe quando tinha 14 anos de idade.
“Quando perdemos alguém muito importante, a dor na hora da notícia é indescritível. Parece que toda a sua vida passa como um flash em sua mente e o pior pensamento é saber que você nunca mais verá esta pessoa e que a voz dela agora é apenas uma lembrança”, disse.
Raphaela ainda falou que jamais se acostumará com a saudade de sua mãe. “Passamos pouco tempo juntas afinal, fui adotada por outro casal, mas o meu sentimento de filha por ela sempre foi o mesmo. Sempre tentei não pensar no que aconteceu e só lembrar dela feliz, rindo da vida. Mas ultimamente, a dor insiste em aparecer todos os dias e quando eu menos espero, sinto o cheiro do perfume que ela usava na primeira vez que a vi, quando nos conhecemos, do som da voz dela, da risada contagiante que ela tinha. E aí eu penso em como eu queria tê-la aqui perto de mim. Eu a conhecia a tão pouco tempo mas ela me cativou de uma forma tão linda, tão verdadeira e eu simplesmente não pude deixar que ela não entrasse na minha vida”.
Raphaela conta como reagiu ao saber que sua mãe tinha falecido: “Ainda me lembro como se fosse ontem como recebi a notícia mais dolorosa da minha vida. Senti uma dor tão imensa que pedi a Deus que aquilo fosse uma brincadeira, que aquilo não fosse verdade. Não conseguia acreditar. Me recusava a acreditar que ela tinha partido. Meu coração estava apertado, pequenininho, espremido, machucado… Não, aquilo não podia ser verdade. Não sabia se chorava ou se consolava os outros… Quando finalmente consegui me manter calma veio a confirmação. E aí, tudo desabou”.
Raphaela concluiu falando que sua mãe sempre aparece nas suas lembranças mais bonitas. “Ainda resta aquela dor da saudade eterna. Aquela sensação de que onde ela estiver está olhando por mim pelos meus irmãos e por todos que a amavam. E eu aqui, pedindo a Deus que cuide do anjinho mais lindo que poderia estar ao lado dele. E sabe de uma coisa? Só de saber que ela está num lugar mais bonito eu me sinto melhor”, concluiu.
Fonte: Tribuna do Recôncavo