O suicídio do empresário Sadi Gitz, que nesta quinta-feira, dia 4, deu um tiro na cabeça durante o evento de abertura de um seminário sobre o setor de gás, em Aracaju, Sergipe, deixou os brasileiros perplexos. Esse, porém, é o desfecho trágico – e que pode ser evitado – de muitos casos de transtorno mental, que acabam ocultados no pacto de silêncio que ainda existe na sociedade quando o tema é o suicídio.
A psiquiatra da Holiste Psiquiatria, Fabiana Nery, alerta para o risco de se avaliar um suicídio como algo ideológico ou como uma escolha. “O suicídio não é escolha, não é um comportamento, ele é um sintoma de agravamento de uma doença instalada. A forma como ele ocorre pode ser modulada pela personalidade e pelo momento de vida da pessoa, que foi o que ocorreu neste caso. Mas o ato suicida não ocorre se não há uma doença que se agrava e leva a isso”, enfatiza a médica.
O número de mortes por suicídio gira em torno de 1 milhão ao ano, o que representa cerca de 1% das mortes em todo o mundo. Somadas todos os homicídios, mortes por acidentes de trânsito e mortes em todos os conflitos de guerra do planeta, esse total é menor do que as mortes por suicídio por ano no mundo. Essa alarmante realidade aponta para o fato de que é necessária uma abordagem mais séria, constante e ampla sobre o assunto. (mais…)