O senador Flavio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro, publicou na terça-feira (02/04) em uma rede social, e depois apagou, uma mensagem sobre o Hamas, grupo que controla a Faixa de Gaza: “Quero que vocês se explodam”.
A mensagem foi publicada pelo senador acompanhando uma reportagem segundo a qual o Hamas criticou a visita do presidente Bolsonaro a Israel. No Memorial do Holocausto, Bolsonaro diz que nazismo era de esquerda
Na viagem, o presidente anunciou a abertura de um escritório de negócios do Brasil em Jerusalém. O governo Bolsonaro considera a cidade como capital de Israel. Durante a campanha do ano passado, Bolsonaro disse que o Brasil iria transferir a embaixada de Tel Aviv para Jerusalém.
A transferência da embaixada, que demonstra o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel, é uma medida polêmica. Isso porque os palestinos reivindicam Jerusalém Oriental como capital do futuro Estado. A comunidade internacional não reconhece a reivindicação israelense de Jerusalém como capital indivisível.
O que disse o Hamas
O grupo islâmico Hamas, que controla a Faixa de Gaza, divulgou nesta segunda-feira (1º) um comunicado crítico à visita de Bolsonaro a Israel. Para o grupo, a postura de Bolsonaro não só contradiz a atitude histórica do povo brasileiro, que apoia a luta pela liberdade do povo palestino contra a ocupação [israelense], mas também viola as leis e as normas internacionais.
O Hamas também criticou a abertura do escritório brasileiro em Jerusalém e pediu à Liga Árabe, à Organização de Cooperação Islâmica e a todas as organizações internacionais que pressionem o governo brasileiro a reverter esses movimentos que apoiam a ocupação israelense e dão cobertura para seus crimes abomináveis e violações contra o povo palestino.
‘Passo desnecessário’
Para o embaixador da Palestina em Brasília, Ibrahim Alzeben, foi um “passo desnecessário” a decisão de Bolsonaro de abrir um escritório de negócios em Jerusalém. O diplomata afirmou que os embaixadores de países árabes pediram, há cerca de 10 dias, uma audiência com Bolsonaro e com o chanceler brasileiro, Ernesto Araújo. Nesta segunda-feira, o Ministério das Relações Exteriores informou que os embaixadores serão recebidos pelo secretário-geral da pasta, Otávio Brandelli.
Relações comerciais
De acordo com os dados do Ministério da Economia, os países do Oriente Médio (excluindo Israel) importaram do Brasil mais de US$ 14 bilhões em 2018. Na relação comercial com Israel, o país importou do Brasil US$ 320 milhões.
G1
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