Para garantir a escala, a regularidade de fornecimento de alimentos e o acesso a políticas públicas, agricultores e agricultoras familiares da Bahia apostam na organização de estruturas coletivas, a exemplo de cooperativas e associações. Hoje, são mais de três mil empreendimentos espalhados por todas as regiões do estado, de acordo com dados da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR).
Para o vice-presidente da União Nacional das Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária (Unicafes), Icaro Renê, é através da união que o homem do campo pode lutar nesse mundo capitalista, mostrando que com o cooperativismo o agricultor familiar deixa de receber nomes como: ‘coitadinho’, e passa a ser um empreendedor, gerando renda, valorizando a sua produção e colocando os seus produtos em diversas gôndolas de lojas e supermercados do Brasil e do mundo.
No município de Presidente Tancredo Neves, por exemplo, a Cooperativa de Produtores Rurais de Presidente Tancredo Neves (Coopatan) possui 345 associados e beneficia, diretamente, 1.380 pessoas. A Coopatan trabalha com o beneficiamento, principalmente, da mandioca e da banana, e possui uma unidade agroindustrial, com capacidade de processamento de 247 toneladas, por mês, de mandioca, 159 de banana e 5.240 unidades de abacaxi. Para o processo de beneficiamento a cooperativa emprega, diretamente, 22 pessoas e gera dezenas de empregos indiretos, já que movimenta a economia de toda a região.