Poesia de Maria do Carmo “REMEMORANDO O SÃO JOÃO”

Poesia de Maria do Carmo "REMEMORANDO O SÃO JOÃO" - poesiaFoto: Divulgação

A fogueira estava queimando,

sobre as suas brasas, o milho assando.

As bandeirolas, ruas e casas enfeitando.

O arraiá era construído.

O licôr, a típica bebida, era servido.

Naquela noite fria, o capote nos aquecia.

Ao som da sanfona, dançava Zé, dançava Maria.

Ao redor da fogueira a criançada se divertia.

Laranjas e espigas de milho, o ramo da fogueira decorava.

O amendoim cozido nas mesas não faltava.

O chapéu de palha, com as vestes de chita combinava.

Enquanto a fogueira queimava,

o fole da sanfona sacolejava.

E o povo alegre gritava:

“São João passou por aí? Viva São João!”

O tradicional São João literalmente acabou.

MAS O POESIA O RESGATOU!

Sobre a autora:

Maria do Carmo da Silva Santos é natural de Mutuípe-BA, professora, poeta e escritora. Licenciada em Geografia, graduada em História, especialista em Gestão e Educação Ambiental e Estudos Linguísticos e Literários, Pós- graduanda em Comunicação, Cultura Organizacional e Tecnologia. Possui textos publicados em diversas Antologias nacionais e internacionais, e integrante do Coletivo Mulherio das Letras. Autora dos livros de Poesias: Retalhos de Vivências e Recomendações Poéticas, e colunista no site de notícias Tribuna do Recôncavo.

Poesia “RENASCER” de Maria do Carmo

Poesia “RENASCER” de Maria do Carmo - poesiaNa foto, Maria do Carmo | Crédito: Hélio Alves/ Tribuna do Recôncavo

É essencial assimilar e refletir acerca do verdadeiro sentido da Páscoa que não se restringe apenas a comemorações! A humanidade está envolta por ódio, violência, injustiças e descaso para com a vida humana! O que podemos e devemos fazer pra contribuir para a promoção de uma NOVA VIDA, onde os valores humanos sejam resgatados e a vida humana seja respeitada e preservada?

RENASCER

O Filho de Deus da morte ressurgiu!

Com a vitória da VIDA, a humanidade redimiu.

A sua luz salvífica das trevas nos resgatou.

Uma nova vida sobre a Terra reinou!

Páscoa de Cristo! Para nós lição de vida!

Viver a Páscoa é renascer no cotidiano, na lida.

Páscoa! Vida Nova! Libertação!

Sob o peso de dores e horrores caminhamos com nossos irmãos.

Choramos e clamamos por justiça e dignidade.

A violência e a opressão assolam a humanidade.

A vida quer viver em paz no campo e na cidade.

Com a Páscoa de Cristo,

O Amor de Deus no coração humano quis renascer.

Uma Vida Nova na humanidade veio se estabelecer.

A luz pascal de Cristo nos convida a renascer,

e a nossa missão de cristão, cotidianamente reacender,

promovendo ações de libertação para os nossos inúmeros irmãos,

que necessitam de serem resgatados das trevas da desumanidade e da opressão!

Sobre a autora:

Maria do Carmo da Silva Santos é natural de Mutuípe-BA, professora, poeta e escritora. Licenciada em Geografia, graduada em História, especialista em Gestão e Educação Ambiental e Estudos Linguísticos e Literários, Pós- graduanda em Comunicação, Cultura Organizacional e Tecnologia. Possui textos publicados em diversas Antologias nacionais e internacionais, e integrante do Coletivo Mulherio das Letras. Autora dos livros de Poesias: Retalhos de Vivências e Recomendações Poéticas, e colunista no site de notícias Tribuna do Recôncavo.

Poesia “EU, MULHER NEGRA!” de Maria do Carmo

Poesia "EU, MULHER NEGRA!" de Maria do Carmo - poesia, noticiasNa foto, Maria do Carmo | Crédito: Hélio Alves/ Tribuna do Recôncavo

Nesta data, 08 de março, DIA INTERNACIONAL DA MULHER, rememoramos a luta das mulheres negras, historicamente invisibilizadas desde o contexto histórico da escravatura, até os dias atuais em nosso país, marcada por dissabores e desafios mas também por conquistas e avanços. A luta é cotidiana e contínua pela igualdade de Direitos e no combate a todas as formas de preconceito!

EU, MULHER NEGRA!

Me jogaram na senzala.

Me açoitaram tal como um bicho.

Os ditos senhores me submeteram aos seus caprichos.

As filhas da sinhá amamentei.

Para as patroas cozinhei,

Com a sobra dos seus pratos me alimentei.

“A liberdade” encontrei.

Do cativeiro me livrei!

Uma trajetória de séculos percorri.

As correntes da opressão quebrei.

Sobrevivi as torturas e a desumanização.

Para a minha descendência, deixo esta lição:

SOU MULHER NEGRA, humana, cidadã.

Protagonista da história do ontem, de hoje e do amanhã.

Libertei-me da senzala.

Uma nova história construir.

Resistência e liberdade,

marcarão a minha posteridade.

SOU MULHER NEGRA, humana, cidadã.

Sempre reconstruindo a minha história

Com determinação, resiliência e dignidade!

Sobre a autora:

Maria do Carmo da Silva Santos é natural de Mutuípe-BA, professora, poeta e escritora. Licenciada em Geografia, graduada em História, especialista em Gestão e Educação Ambiental e Estudos Linguísticos e Literários, Pós- graduanda em Comunicação, Cultura Organizacional e Tecnologia. Possui textos publicados em diversas Antologias nacionais e internacionais, e integrante do Coletivo Mulherio das Letras. Autora dos livros de Poesias: Retalhos de Vivências e Recomendações Poéticas, e colunista no site de notícias Tribuna do Recôncavo.

Poesia de Maria do Carmo sobre povos Yanomâmis “COMOÇÃO”

Poesia de Maria do Carmo sobre povos Yanomâmis "COMOÇÃO" - poesiaFoto: José Gilberto

COMOÇÃO

A Mãe-Terra, desolada,

geme de dor pela barbárie praticada com os seus filhos.

Os povos indígenas Yanomâmis (seus filhos), gemem de dores!

Dores causadas pela fome, pelas doenças,

pela poluição ambiental, pela injustiça social!

Os povos indígenas Yanomâmis são seres humanos,

têm direito a vida e a sobrevivência com respeito e dignidade!

Vida? Respeito? Dignidade?

Vida dizimada prematuramente!

Respeito inexistente!

Dignidade devorada pelo poderio econômico!

Yanomâmis! Humanos desfigurados!

A sua tribo verte lágrimas de sangue!

A natureza verte lágrimas de sangue!

Reina a tristeza na aldeia, na floresta, no Planeta Terra.

Floresta devastada,  água e solo envenenados!

Destruição, devastação, desolação, desumanidade!

A garimpagem, a diversidade vital devastou!

A garimpagem, devastou os povos Yanomâmis e a sua história!

Os Yanomâmis imploram pelo Direito à vida.

Os Yanomâmis combalidos, imploram por sobreviver!

Os Yanomâmis imploram pela continuidade da sua história!

YANOMÂMIS SÃO HUMANOS, SÃO HISTÓRIA, SÃO RESISTÊNCIA!

Sobre a autora:

Maria do Carmo da Silva Santos é natural de Mutuípe-BA, professora, poeta e escritora. Licenciada em Geografia, graduada em História, especialista em Gestão e Educação Ambiental e Estudos Linguísticos e Literários, Pós- graduanda em Comunicação, Cultura Organizacional e Tecnologia. Possui textos publicados em diversas Antologias nacionais e internacionais, e integrante do Coletivo Mulherio das Letras. Autora dos livros de Poesias: Retalhos de Vivências e Recomendações Poéticas, e colunista no site de notícias Tribuna do Recôncavo.

Poesia de Maria do Carmo “REFLEXÃO NATALINA”

Poesia de Maria do Carmo "REFLEXÃO NATALINA" - poesiaImage by Cesar Abud from Pixabay

Por Maria do Carmo

Os sinos da Igreja badalavam, anunciando a “Missa do galo”, celebração tradicional!

O presépio armado nos lares e igrejas era a ornamentação principal.

Galhos secos ou plantas ornamentais eram transformados em árvore de Natal.

A visita aos presépios era um programa devocional.

No rádio, na TV, nas residências e comércios, músicas típicas da época eram tocadas.

Uma modesta ceia em família era realizada.

Era NATAL!

A data do ano mais esperada!

Os sinos anunciavam a chegada do Salvador!

O presépio reproduzia o cenário do nascimento do  Menino-Deus!

As músicas nos convidavam a reflexão.

As famílias reuniam-se em confraternização.

A alegria reinava no coração da humanidade.

O Salvador à Terra chegava revestido de humildade.

As mensagens de Boas Festas eram enviadas em lindos cartões.

O Natal era celebrado com simplicidade e devoção.

Que a lição de humildade pelo Salvador trazida,

nos faça entender, compreender e vivenciar o verdadeiro sentido do NATAL,

a celebração da plenitude da Vida!

Sobre a autora:

Maria do Carmo da Silva Santos é natural de Mutuípe-BA, professora, poeta e escritora. Licenciada em Geografia, graduada em História, especialista em Gestão e Educação Ambiental e Estudos Linguísticos e Literários, Pós- graduanda em Comunicação, Cultura Organizacional e Tecnologia. Possui textos publicados em diversas Antologias nacionais e internacionais, e integrante do Coletivo Mulherio das Letras. Autora dos livros de Poesias: Retalhos de Vivências e Recomendações Poéticas, e colunista no site de notícias Tribuna do Recôncavo.

Poema de Neide Ferreira em homenagem ao Dia da Consciência Negra

Poema de Neide Ferreira em homenagem ao Dia da Consciência Negra - poesia, dom-macedo-costa, bahiaFoto: Divulgação

No ano de 1965,

Nasceu o menino zumbi.

No estado de Alagoas,

E foi capturado ali.

 

Quando tinha sete anos, Dali ele foi levado.

Entregue a um padre católico,

E lá ele foi batizado

 

Recebendo o nome Francisco,

Pelo padre da igreja.

E ali ele aprendeu,

A falar a língua portuguesa (mais…)