Mesa da FLICA que recebeu Liniker e Jota Mombaça abordou a poesia como lugar de não obediência à lógica do mercado

Mesa da FLICA que recebeu Liniker e Jota Mombaça abordou a poesia como lugar de não obediência à lógica do mercado - cachoeiraFoto: Diego Silva

Com mediação da pesquisadora, artista e modativista Carol Barreto, a mesa ‘Criar dentro dos sonhos, inaugurar línguas, destruir processos’ abordou o ato de criar como uma resposta de entrega ao presente, tempo que não se pode viver às pressas

‘Foi a minha poesia que sempre me deu a mão desde quando eu nem sonhava em ser cantora e compositora’ revelou Liniker, a porta-voz de maior destaque da causa trans hoje no Brasil, para uma plateia lotada e atenta no espaço Tenda Paraguaçu durante a tarde do primeiro dia da Festa Literária Internacional de Cachoeira – FLICA, ontem (17), ao lado da também convidada escritora e artista ativista visual brasileira Jota Mombaça na mesa ‘Criar dentro dos sonhos, inaugurar línguas, destruir processos’, mediada pela artista, pesquisadora e modativista Carol Barreto.

Para as artistas convidadas, antes de falar de sonhos, é preciso buscar o medicamento da alma, conseguir dar nomes às opressões para enfrentá-las, o que só se torna possível a partir da elaboração de uma outra gramática, um outro vocabulário, que denuncia aquilo que as diminui. ‎’Quando eu comecei a escrever e fazer minhas próprias poesias com 15 anos, eu tinha muita dificuldade de entender quem eu era. E aí, quando eu escrevia, essa poesia foi me dando um lugar de indivíduo, ela nasceu como reconhecimento e me fez entender que ela me transformava e que aquilo poderia virar não só um lugar de sonho, mas um lugar também de alimentação e sustento. A música nesse tempo era ainda guardada no lugar mais secreto de mim’, conta Liniker. (mais…)

Thalita Rebouças defende na FLICA que, quando o livro é bom, não há tela certa

Thalita Rebouças defende na FLICA que, quando o livro é bom, não há tela certa - cachoeira, bahiaFoto: Gustavo Rozário

Ao lançar sua primeira obra não ficcional, a escritora mais animada do país, Thalita Rebouças, estreou no primeiro dia de programação no espaço Geração Flica, lotando o Cine Theatro Cachoeirano e provando que sua escrita conecta diversas gerações. Com o tema ‘Livros que atravessam gerações’, a escritora, que é uma referência para o público infantojuvenil, começou dizendo que a decisão de se tornar escritora não foi bem uma decisão, mas algo que simplesmente aconteceu. ‘Eu precisei gritar bem alto e dizer: ‘Eu sou escritora’. Mas, no início, eu passava todos os sábados e domingos nas livrarias, batendo na porta e oferecendo um pirulito em forma de coração, aproveitando para vender meu livro. E foi assim que tudo começou’.

Com mais de 20 livros publicados, a escritora defende que, mesmo com uma geração hiperconectada e com mais tempo de telas, não existe concorrência quando o livro é bom. ‘Quando o livro prende, não há tela. Você nem lembra, sabe, que aquilo existe. Quantas pessoas falam para mim: ‘Fiquei horas lendo teu livro’. Mães que dizem: ‘Pô, meu filho estava rindo de madrugada, quando abri a porta para dar bronca, ele não estava vendo nada de vídeos no YouTube, ele estava lendo seu livro’. Então, eu acho que, quando essa mágica acontece, o livro tem esse poder’.

Ao ser questionada sobre a importância de abordar temas sensíveis como menopausa, separação e etarismo no livro Felicidade Inegociável e Outras Rimas, Thalita Rebouças argumenta que boa parte de seu público não está passando por essa fase, mas ela acredita que tem um papel importante nesse processo de tomada de consciência. ‘Primeiro que eu acho que acabo preparando elas. Porque ninguém me preparou, ninguém me disse como seria. Até porque ninguém falava sobre isso, né? Hoje em dia se fala sobre tudo. Então, eu quero falar para as mulheres como é. E que não vai ser fácil. Eu encaro o envelhecimento, o amadurecimento, como uma segunda adolescência’. (mais…)

Casa do Governo leva diversidade de atividades para a Feira Literária Internacional de Cachoeira (Flica)

Casa do Governo leva diversidade de atividades para a Feira Literária Internacional de Cachoeira (Flica) - cachoeiraArte: Divulgação

A 12° Feira Literária Internacional de Cachoeira (Flica), promete ser mais uma grande celebração da cultura, arte e educação, com uma programação diversa e que irá transformar o Recôncavo Baiano no palco da maior festa literária do Norte/Nordeste. A Flica tem apoio do Governo do Estado, que assim como no ano passado, reúne atividades dos órgãos e secretarias estaduais na Casa do Governo, localizada na Fundação Hansen Bahia, durante os dias do evento, que acontece entre 17 a 20 de outubro.

As atividades na Casa do Governo acontecem até sábado (19), com saraus, lançamentos de livros, robozão, rodas de conversa, contação de histórias, intervenções artísticas, oficinas, ação promocional, palestra cantada com Mestre Bule Bule e muito mais. (Confira a programação completa).

A abertura oficial, nesta quinta-feira (17), será realizada com apresentação musical da Banda de Música da PMBA, sob a regência do Maestro Wanderley, da Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA), às 11h30. A programação segue com a Janela Poética da Secretaria de Educação (SEC-BA) e apresentação do Coro Sinfônico da Polícia Militar da Bahia. A partir das 14h, o público poderá participar da Roda de Conversa com a oficina de tranças Nagô da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi). Num momento de autocuidado, a Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM), promove aula de Yoga. (mais…)

Flica leva quatro dias de festa literária para Cachoeira e deve atrair público de 100 mil pessoas

Flica leva quatro dias de festa literária para Cachoeira e deve atrair público de 100 mil pessoas - destaque, cachoeira, bahiaFoto: Diego Silva

Realizada no berço da cultura histórica da Bahia, em Cachoeira, no Recôncavo, a Feira Literária Internacional de Cachoeira (Flica) foi iniciada nesta quinta-feira (17) e vai levar quatro dias de festa literária para o município até o domingo (20).

A expectativa da organização é a de superar as edições anteriores e alcançar um público de até 100 mil pessoas, destacou a CEO da Fundação Hansen Bahia, Vanessa Dantas, na abertura oficial. ‘De 2022 para cá, a cada ano temos superado em público. O último registro tinha sido de 40 mil pessoas, em 2022 registramos 60 mil, em 2023, 80 mil e quem sabe agora na 12° edição alcançar 100 mil pessoas’, disse Dantas.

O maior evento literário do Norte Nordeste e segundo maior do Brasil está avançando não apenas na quantidade de público como também na qualidade da programação. Nesta edição, por exemplo, estarão presentes 58 autores nacionais e internacionais. (mais…)

Quilombo de Kaonge em Cachoeira é escolhido para o início das atividades de Semana de Ciência e Tecnologia

Quilombo de Kaonge em Cachoeira é escolhido para o início das atividades de Semana de Ciência e Tecnologia - noticias, cachoeiraFoto: Milena Monteiro/ Ascom-Secti

Uma comunidade marcada por raízes quilombolas, práticas agrícolas tradicionais e uma biodiversidade rica, com destaque para os manguezais e o bioma da Mata Atlântica. Esse é o Quilombo de Kaonge, em Cachoeira (BA), local escolhido pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) para iniciar as atividades da 21ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) na Bahia, dentro da programação do Festival da Ostra. A SNCT segue até o dia 18 de outubro, com atividades em diversos territórios de identidade.

As primeiras ações da Semana Nacional de C&T incluíram visitas aos manguezais, palestras sobre biomas e ervas medicinais, dentre outras atividades. O Festival da Ostra destacou a importância das comunidades tradicionais na preservação dos biomas e na promoção de práticas sustentáveis, o que se alinha ao tema da SNCT:  ‘Biomas do Brasil – diversidade, saberes tradicionais e tecnologias sociais’. A programação completa pode ser consultada no site ba.gov.br/secti.

O coordenador das Comunidades Quilombolas do Recôncavo, Ananias Viana, destaca a pluralidade da sua comunidade. ‘O tema da Festa da Ostra é a mudança climática e sustentabilidade, o que reforça nossa preocupação com os biomas. Aqui, no nosso bioma, tudo está interligado: a Mata Atlântica, os manguezais, as ervas medicinais, as águas dos rios que desembocam no mar. Nós, como comunidades quilombolas, vivemos em transversalidade, tratando de temas como saúde, educação, turismo comunitário e ancestralidade em uma só discussão, pois estamos conectados a tudo isso, cuidando do que é nosso para garantir nossa sobrevivência e espiritualidade’. (mais…)

Sarau do Caquende se une ao Slam das Minas-BA para um encontro encantador na FLICA 2024

Sarau do Caquende se une ao Slam das Minas-BA para um encontro encantador na FLICA 2024 - noticias, cachoeira, bahiaFoto: Reprodução/ Video

O Sarau do Caquende se unirá ao Slam das Minas-BA, na FLICA 2024, para um encontro encantador intitulado ‘Quando gestos-palavras dançam e se abraçam’. Esse encontro, na mágica Tenda Paraguaçu, no dia 18 de outubro, às 19 horas, será adornado por uma roda de conversa e um sarau de poesia, que promete ser um verdadeiro espetáculo de trocas e expressões artísticas.

Nascido das mãos do talentoso ator, professor de teatro e arte-educador Raimundo Moura, o Sarau do Caquende se ergue como um farol de resistência e criatividade. Desde 2022, suas edições itinerantes e gratuitas percorrem os cantos do Recôncavo Baiano, levando a arte aos bairros populares e dando voz aos talentos locais.

A FLICA 2024 é organizada pela Fundação Hansen Bahia (FHB), em parceria com a Prefeitura de Cachoeira e a Livraria LDM, e conta com o apoio do Governo do Estado da Bahia, por meio da Bahia Literária, uma ação da Fundação Pedro Calmon/Secretaria de Cultura e da Secretaria de Educação. (mais…)