O bispo da Diocese de Camaçari, na Bahia, Dom João Carlos Petrini, emitiu nesta terça-feira, dia 12, uma nota por ocasião do encerramento das atividades das fábricas da Ford no Brasil, inclusive em Camaçari. Na nota ele demonstra preocupação com as pessoas que ficarão desempregadas e todo impacto que isso causa na sociedade.
Segundo o bispo, a decisão da Ford atinge não somente os que dispunham de emprego direto e os terceirizados, mas o comércio, grande e pequeno, movido pelos recursos colocados em circulação por tão grande número de trabalhadores.
Ainda segundo o religioso, a problemática levantada pelo anúncio da Ford envolve diversos setores: a própria empresa, os empregados e terceirizados com suas famílias, as autoridades municipais, estaduais e federais, os sindicatos. Então, um setor, no caso a Ford, não pode tomar decisões autônomas que afetam de maneira gravíssima os outros setores.
“O bom uso da razão exige que todos os fatores em jogo sejam adequadamente considerados, na busca de soluções que possam dar atenção à complexidade dos problemas. Se a Ford tem o direito de reorganizar sua produção, mais adequada ao mercado e incorporando novas tecnologias, os empregados têm o direito de garantir a sobrevivência das próprias famílias, as autoridades públicas têm o direito de evitar o colapso social numa cidade como Camaçari, com previsíveis problemas da ordem social, os sindicatos têm o direito de defender a justiça nas relações entre o capital e o trabalho”, disse.
Dom João Carlos Petrini pede que todos os setores envolvidos no problema apresentado pela Ford, se encontrem para dialogar e negociem os passos mais adequados, compreendendo melhor as exigências de todos e elaborando respostas que permitam atravessar este período de transição, minimizando danos e sofrimentos para cada setor.
“Se é necessário um tempo para a transição de uma estrutura produtiva que atualmente pouco responde à demanda do mercado, o caminho melhor será promover a cooperação de todos os setores afetados por essa crise, (Empresa, Empregados, Município, Governo Estadual; Governo Federal, Sindicatos) para ofertar aos que hoje estão ameaçados de desemprego cursos de atualização tecnológica, de modo que possam ser incorporados à nova etapa de produção que está sendo projetada, negociando detalhadamente a parte que cada setor pode assumir nessa tarefa, os prazos e os modos de realização”, ressaltou Petrini.
Editado pelo Tribuna do Recôncavo | Informações: ASCOM