Mulher: Mais autonomia, conquistas e o direito de ser imperfeita

Mulher: Mais autonomia, conquistas e o direito de ser imperfeita - brasilImagem de StockSnap por Pixabay

08 de março é o Dia Internacional da Mulher, uma data comemorativa que foi oficializada pela Organização das Nações Unidas na década de 1970. Simboliza a luta histórica das mulheres para terem suas condições equiparadas às dos homens. Inicialmente, essa data remetia à reivindicação por igualdade salarial, mas, atualmente, marca a luta das mulheres não apenas contra a desigualdade salarial, mas também contra o machismo e a violência.

Segundo a ONU, o Dia Internacional da Mulher não é um mero dia voltado simplesmente a homenagens triviais às mulheres. O 08 de março é um dia para reflexão a respeito de toda a desigualdade e a violência que as mulheres sofrem no Brasil e no mundo. É um momento para combater o silenciamento que existe e que normaliza a desigualdade e as violências sofridas pelas mulheres, além de ser um momento para repensar atitudes e tentar construir uma sociedade sem desigualdade e preconceito de gênero.

Como ser mulher no contexto atual

“Brene Brown é uma pesquisadora americana que fala sobre tudo o que queremos esconder: imperfeição, vergonha, vulnerabilidade, sensação de não pertencimento. Justamente por ter essa abordagem tão honesta sobre o que, afinal de contas, é ser humano, ela é referência constante em meus grupos e atendimentos, e estou sempre seguindo as descobertas de seus estudos e as teorias que defende em seus livros”, afirma Vivian Wolff, coach especialista em desenvolvimento humano e mindfulness pelo Integrated Coaching Institute (ICI) e formada em Mindfulness pela Georgetown University Institute for Transformational Leadership, Washington DC.

No livro de Brene, A coragem de ser imperfeito, Vivian cita um ponto coerente.

“O modelo de vida atual, a quantidade de coisas que a mulher exige dela mesma vai além do que se pode aguentar. E quando ela não dá conta de tudo, se sente frustrada. Acorda no dia seguinte já se programando para fazer ainda mais e melhor. E a simples ideia de uma pausa se torna cada vez mais impensável. Como seria se a mulher se permitisse fazer menos e incluir momentos de descanso em sua jornada? Períodos de desconexão são essenciais para o bem-estar. Esquecer um pouco o check-list, olhar para si mesma e fazer algo que não esteja vinculado a responsabilidades, mas ao prazer, ao conforto que tanto lhe falta”, aponta Vivian Wolff.

Segundo Elaine Di Sarno, psicóloga com especialização em Avaliação Psicológica e Neuropsicológica, e Terapia Cognitivo Comportamental, ambas pelo Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas – FMUSP; é preciso que a mulher entenda seu espaço no mundo desde pequena.

“É fundamental passar valores de mãe para filha, como autoestima, segurança, respeito, confiança e empatia. Valores que ressaltam o feminino e, ao mesmo tempo, formam uma base sólida para que uma menina possa crescer acreditando em si mesma e no poder de suas escolhas. Ao chegar na universidade e nos primeiros postos de trabalho, essas jovens precisam de referências e mentoras, alguém que venceu no meio de um mar de desencorajamento e testosterona, e que pode servir de modelo para as próximas gerações. O poder feminino é transformador e não deve faltar em nenhuma área promissora do futuro”, avalia Elaine Di Sarno.

Por que não a mulher?

Anos atrás, era mais difícil encontrar uma médica que fosse especialista em determinada área. Mais: que fosse especialista e bem qualificada.

“A medicina era uma área dominada pelos homens. Talvez culpa da errônea ideia de que os homens eram superiores às mulheres por exercerem essa profissão há muito mais tempo. Não deixa de ser verdade que os homens estão na medicina há muito mais tempo. Mas não tem relação com inferioridade intelectual. Tem a ver com o impedimento feminino, que perdurou por séculos, de estudar, trabalhar fora de casa e de ter voz ativa na sociedade”, frisa Dra. Karina Tafner, ginecologista e obstetra, especialista em endocrinologia ginecológica e reprodução humana pela Santa Casa e especialista em reprodução assistida pela FEBRASGO.

Os primeiros relatos médicos da história da humanidade datam de alguns milênios antes de Cristo, escritos em papiros egípcios. A primeira faculdade de medicina data do século IX, e era frequentada somente por homens. Elizabeth Blackwell, nascida na Inglaterra e radicada nos Estados Unidos, foi a primeira mulher do mundo a ingressar em uma faculdade de medicina. Segundo Karina Tafner, precisou estudar sozinha em casa, com a ajuda de tutor, e foi recusada por nada menos que dez faculdades.

“Ela finalmente foi aceita na Universidade de Genova, onde se tornou a primeira mulher a se formar médica, em 1849. Mais tarde, ela também criou uma escola de medicina voltada para as mulheres. Hoje, o número de mulheres que cursam medicina no Brasil é maior do que o de homens, desde 2009, e as mulheres já são maioria entre os profissionais com menos de 29 anos de idade”, comemora Tafner.

A síndrome da Mulher Maravilha

De acordo com a psicóloga Elaine Di Sarno, a busca por uma pseudo perfeição se tornou praticamente uma obrigação para as mulheres. Uma exigência para si mesma e para os outros. Segundo ela, essa idealização já está arraigada na nossa sociedade, como se fosse uma verdade absoluta e não houvesse opção de escolha. A mulher vivencia uma dupla ou tripla jornada (cuidar da casa, do marido, das crianças, do emprego, do curso de especialização, do supermercado e ainda tem que estar impecável na aparência).

“Não importa se você seja ocupada demais. As pessoas sempre vão reparar se você engordou, se está com as unhas feitas, o cabelo arrumado ou com a pele bonita”’, diz Elaine.

Diante disso, segundo a psicóloga, vem o stress, a sobrecarga e a ansiedade.

“Não à toa, as mulheres são mais predispostas a ter depressão e a desenvolver transtornos de ansiedade. Enquanto cerca de 20% delas apresentam algum episódio depressivo ao longo da vida, apenas 12% dos homens sofrem o mesmo. Claro que há influência de hormônios, especialmente em determinadas fases, como na tensão pré-menstrual, na menopausa ou durante a gestação. Mas os fatores sociais certamente acentuam estes sintomas”, conclui Elaine Di Sarno.

Para a coach Vivian Wolff, o perfeccionismo e a autocrítica geram um círculo vicioso. “Passamos a viver na ansiedade de uma vida e atos perfeitos, tentando nos proteger das situações capazes de expor nossos defeitos ao mundo. Quando entendemos que a perfeição não existe e nos acolhemos exatamente como somos, com o pacote completo, conseguimos nos perdoar, atuar com autocompaixão e pedir ajuda quando precisamos. Neste contexto, além de a mulher construir uma relação mais saudável com ela mesma, passa a enxergar o outro dessa mesma forma, atuando com maior empatia e gerando maior conexão ao seu redor”.

Vivian questiona que se você sente que está presa no piloto automático da rotina e com sintomas da síndrome da Mulher Maravilha, está na hora de avaliar como está lidando com cada um dos pontos da vida.

“Quem sabe, com pequenos ajustes, você consiga ser uma mulher mais ponderada, equilibrada, serena e, consequentemente, mais feliz”, finaliza a coach.

Matéria: Flávia Vargas Ghiurghi/ FGR Comunicação

9 mudanças na declaração do Imposto de Renda em 2020

9 mudanças na declaração do Imposto de Renda em 2020 - brasilFoto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil

No dia 02 de março começa a corrida para a entrega da Declaração do Imposto de Renda 2020, referente aos rendimentos do ano de 2019. A obrigatoriedade de entrega continua a mesma do ano passado, já que não houve alteração na tabela progressiva.

A professora do curso de Ciências Contábeis do Centro Universitário Internacional Uninter, Paolla Hauser, explica que as principais novidades estão relacionadas ao programa gerador do IR, que está com uma cara nova, mais detalhado do que nos anos anteriores.

“Entre as mudanças, podemos observar já na tela inicial que declarações novas estão separadas das já iniciadas e já transmitidas; dentro do programa, a ficha de bens e direitos, que há dois anos vem recebendo detalhamento maior de informações, inclui agora a obrigatoriedade de informar se o bem ou direito é do titular ou dependente daquela declaração”, explica a contadora.

Além disso, para as informações bancárias de conta corrente ou poupança foi incluído o campo de código bancário, o que não havia até o ano passado. Essa informação vai facilitar a identificação das contas para restituição ou débito automático em caso de imposto devido, pois o contribuinte poderá buscar os bancos cadastrados na ficha de bens e direitos, que já estiverem pré-cadastrados.

Outra novidade é para quem tem imposto a pagar e prefere que seja feito em débito automático desde a primeira parcela. Até o ano passado, o contribuinte deveria entregar a declaração até 30 de março para que a 1ª quota do IR fosse debitada diretamente da sua conta. Neste ano, é possível fazer isso até o dia 10 de abril. Para a entrega depois de 10 de abril, o débito automático será válido a partir da 2ª quota do imposto.

Aqueles contribuintes que quiserem destinar parte do seu imposto devido a alguma instituição, poderá fazer diretamente na ficha de “Doações Diretamente na Declaração”. Outra novidade é a doação também para o Fundo do Idoso e para o Fundo da Criança e Adolescente.

A ficha de rendimento recebido acumuladamente também aparece diferente, que é o preenchimento diretamente nessa ficha da parcela isenta para contribuintes com mais de 65 anos.

Com relação às deduções, os contribuintes não vão mais poder contar com a dedução do imposto de renda da parcela do INSS da empregada doméstica. Essa dedução não é mais permitida por falta de nova previsão legal.

Outro fator é que o fisco antecipou as restituições, o primeiro lote foi antecipado para o dia 29 de maio, no ano passado, a restituição começava em junho. Além disso, os valores serão restituídos até 30 de setembro, diminuindo assim o prazo que era até dezembro. Foram mantidas as prioridades para recebimento da parcela restituível.

Obrigatoriedade

Estão obrigados a apresentar a declaração anual aqueles que:

Receberam rendimentos tributáveis cuja soma foi superior a R$ 28.559,70, e/ou em relação à atividade rural obtiveram receita bruta superior a R$ 142.798,50;

Receberam rendimentos isentos, não tributáveis ou tributados exclusivamente na fonte, cuja soma foi superior a R$ 40.000,00;

Efetuaram doações, inclusive em favor de partidos políticos e candidatos a cargos eletivos — para esses casos, é possível utilizar, além do Programa Gerador da Declaração (PGD) IRPF2020, o serviço “Meu Imposto de Renda”;

Pessoas físicas residentes no Brasil que no ano-calendário de 2019, entre outros: obtiveram, em qualquer mês, ganho de capital na alienação de bens ou direitos, sujeito à incidência do imposto, ou realizou operações em bolsas de valores, de mercadorias, de futuros e assemelhadas; tiveram, em 31 de dezembro, a posse ou a propriedade de bens ou direitos, inclusive terra nua, de valor total superior a R$ 300.000,00.

Mutirão em Curitiba auxilia no preenchimento da declaração

Para ajudar a população, o Centro Universitário Internacional Uninter, promove um mutirão para sanar dúvidas sobre a declaração do IR. O evento, gratuito e aberto ao público, acontecerá no dia 18 de abril, em frente ao campus Garcez (Boca Maldita), das 9h às 14h.

Matéria: Lola Dias/ PG1 Comunicação

Histórias inspiradoras: 5 grandes empresas que quase faliram e hoje valem milhões

Histórias inspiradoras: 5 grandes empresas que quase faliram e hoje valem milhões - brasilImagem de PublicDomainPictures por Pixabay

Conheça algumas corporações que conseguiram dar a volta por cima em momentos turbulentos

Quando pensamos em uma grande empresa, logo a associamos a sucesso, estabilidade e muito dinheiro sem imaginar sua trajetória que inclui fracassos, crises e outras dificuldades enfrentadas para chegar ao topo.

“Investimentos feitos sem uma análise crítica sobre o seu impacto financeiro, mudanças nos modelos de gestão e nas estruturas, feitas de forma radical e sem respeitar a cultura e o DNA das empresas, descuido com a qualidade dos produtos e do atendimento ao cliente, imobilidade e falta de rapidez na absorção de novas tecnologias e inovações, planos de marketing não aderentes com os diferenciais e com o seu core business, são vetores relevantes para que empresas passem algumas vezes por turbulências e tempos difíceis”, explica o conselheiro independente de empresas e sócio-diretor da Exxe Consultoria Empresarial, Marcos Sardas.

Para refletir a respeito, Marcos listou cinco empresas que valem bilhões, mas que já enfrentaram grandes crises e deram a volta por cima.

Marvel – Quem conhece a grande empresa de HQs atualmente não imagina que ela quase acabou nos anos 90, chegando até pedir falência com uma dívida de mais de 600 milhões de dólares. No final dos anos 80 o mercado de quadrinhos estava a todo vapor nos Estados Unidos, por isso a Marvel decidiu fazer grandes investimentos na área, lançando as vezes seis edições diferentes de uma mesma história, por este motivo muitas pessoas foram contratadas pela empresa na época. Até que as vendas começaram a cair e a Marvel entrou em crise tendo que demitir centenas de pessoas. Com isso, a empresa decidiu aumentar o valor dos quadrinhos, mas com a demissão de seus principais funcionários da equipe de criação, a qualidade das histórias não eram boas, fazendo com que as vendas caíssem em 70%. Para tentar reverter a situação, a Marvel vendeu os direitos de suas histórias para empresas de cinema por um preço muito barato. Em 1998 foi lançado o primeiro filme da Marvel nos cinemas: Blade, o caçador de vampiros e, em 2000, o primeiro longa da franquia X-Men. Com o grande sucesso dos filmes, a venda das revistas em quadrinhos alavancou e a empresa conseguiu se estabilizar novamente, se tornando hoje uma grande referência em conteúdo geek.

Puma – Em 1993 a grande marca de roupas, sapatos e artigos esportivos quase fechou as portas. Com grandes concorrências e mudando de administração quase anualmente, a marca chegou a ter um prejuízo de aproximadamente 250 milhões de dólares. Tudo mudou quando Jochen Zeitz assumiu a companhia, implantou um plano de reestruturação para sair da crise e investiu muito no marketing, reconstruindo a imagem da Puma e recuperando suas vendas.

Fersol – Fundada em 1975, a empresa nacional de fertilizantes cresceu rapidamente até o ano de 1990, quando o plano Collor foi instituído e a empresa foi muito prejudicada, juntamente com muitas outras no mesmo período. Em 1995 a Fersol fechou o ano com uma dívida de 10 milhões de dólares e os especialistas contratados para avaliar a situação financeira declararam que não havia mais salvação. O fundador Michael Haradom não se deu por vencido, reuniu todo o seu quadro de funcionários e explicou a situação crítica na qual a empresa se encontrava. Alguns colaboradores resolveram pedir demissão, mas os que ficaram passaram por uma avaliação de desempenho, na qual foi revelada que grande parte dos trabalhadores da corporação não sabia ler, escrever e fazer contas básicas de matemática. Michael então decidiu capacitar seus funcionários e criou uma espécie de ‘escola’ após o horário de trabalho. Quem estudasse era recompensado com um bônus salarial. Em 2002 a Fersol entregou 30% de suas ações para colaboradores que estavam na empresa a mais de dois anos, esses funcionários passaram a ter voz nas decisões sobre a corporação, agora todos estavam devidamente capacitados e juntaram todas as suas forças para tirar a empresa da crise, que conseguiu recuperar-se.

Lego – Com grandes concorrentes no mercado e a tecnologia de games avançando cada vez mais, a Lego teve grandes problemas financeiros que começaram no final dos anos 90 e estenderam-se até a metade dos anos 2000. Em 2003 o prejuízo da empresa chegava a casa dos 200 milhões de dólares. Em 2004 vários funcionários foram dispensados, neste mesmo ano Jorgen Vig Knudstorp assumia a companhia e colocava seu plano de recuperação em prática: reduziu postos de trabalho e de produtos a serem produzidos, e investiu em pesquisa com crianças para entender o público de sua marca. Além disso, a Lego ampliou sua linha de brinquedos com sagas de grande sucesso, como Star Wars, Harry Potter e Piratas do Caribe.

Harley – Davidson – Em 1983 a fábrica de motos de grande porte quase acabou. Tudo começou em 1970 quando a produção de motocicletas estava a todo vapor, com mais de 75 mil unidades por ano, mas com a qualidade muito ruim, o vazamento de óleo era uma reclamação constante dos motoqueiros. Com isso, a concorrência japonesa começou a vender muito mais nos Estados Unidos. Com a crise, 13 empresários compraram a empresa e convenceram o governo a aumentar os impostos de importação de motos estrangeiras para conter as fabricantes do Japão. Mesmo assim, a empresa não conseguiu recuperar-se totalmente, até que em 1983 todo o marketing da empresa foi renovado. A Harley-Davidson percebeu que haviam alguns compradores das motos que as adotaram como um estilo de vida e formaram até famílias, então começaram a fazer eventos para reunir este grupo de pessoas. Todos os funcionários da empresa também começaram a frequentar eventos de motociclistas para entender melhor seu público e até um centro de treinamento para ensinar a pilotar motos foi criado. Assim, fortaleceram a marca, recuperaram seu público e salvaram a empresa da crise.

Sobre o autor:

Marcos Sardas possui mais de 35 anos de experiência como executivo de empresas e longa experiência como consultor. É sócio-diretor da Exxe Consultoria Empresarial. Conselheiro Certificado pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa, conselheiro independente de diversas empresas. Formado em Engenharia pela Escola de Engenharia Mauá e pós-graduado em Administração de Empresas pela Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Matéria: Mariana Mimoso/ Digital Trix

Quer trabalhar fora? Mentor de negócios e carreira dá dicas para alcançar este objetivo

Quer trabalhar fora? Mentor de negócios e carreira dá dicas para alcançar este objetivo - brasilCrédito: Pixabay

Ter uma carreira internacional é o sonho de muitos profissionais brasileiros. Seja a partir de uma transferência, ou por vontade pessoal, se planejar é fundamental, afinal, uma mudança de país envolve não apenas transformações no dia a dia de quem está indo, mas também de sua família. Segundo André Rezende, mentor de negócios e carreira, o primeiro passo para fazer a transição e alcançar o objetivo lá fora, é ter metas fortes.

“O mais importante, na vida profissional e pessoal, em geral, é termos metas e objetivos bem definidos e fortes, pois eles serão sempre os motivadores para seguirmos nas decisões. A partir daí, é necessário montar um planejamento, com expectativas realistas. Se é necessário aprender um outro idioma, por exemplo, a carreira internacional não pode ser uma meta para daqui a 6 meses, mas talvez para mais adiante”, exemplifica o profissional.

André traçou três aspectos fundamentais na hora de planejar a mudança de carreira para fora do país:

Domine o idioma

Na verdade, essa é a primeira regra para quem quer crescer profissionalmente, inclusive no Brasil. Mas é claro que, para morar e trabalhar em outra nação, saber se comunicar bem é fundamental. O idioma que ainda domina a maioria das empresas em qualquer lugar é o inglês, que pode ser falado nos mais diferentes países. Em geral, pessoas que estão em multinacionais por aqui e são transferidas já costumam falar a língua inglesa. Mas quem for sair por conta própria, precisa se preparar bem.

“Para facilitar a adaptação em outro país, dominar o idioma local é fundamental. Daí, o planejamento: há algumas línguas mais fáceis para o brasileiro aprender, como as latinas. Então, é possível pensar em uma mudança mais rapidamente para países como México, Espanha ou Itália, por exemplo, do que para o Japão ou China, que tem vocabulários completamente diferentes”, comenta André.

Certifique-se de que sua profissão possua demanda para uma carreira internacional

A dica aqui é mais para quem está planejando uma mudança do “zero”, ou seja, sem ser a partir de uma transferência dentro de uma companhia. Vale começar a fazer esta busca desde o Brasil e a pergunta a ser feita é: no local escolhido, há demanda profissional para a área desejada? Se sim, buscar vagas por sites especializados, como Linkedin, ou até agências de emprego pode ser um bom começo. Pensar em vagas em multinacionais que tenham filiais aqui também é uma forma de abrir o caminho para o exterior.

“Entrar em contato com pessoas do destino escolhido e que trabalhem na área pode ser uma ajuda para conhecer um pouco melhor as diferenças culturais no ambiente de trabalho e o tamanho do mercado para aquela profissão. Agora, percebendo que não há demanda para a profissão, vale pensar em novos destinos onde aquele trabalho é buscado”, afirma o especialista.

Fique de olho nas mudanças pessoais

Não dá para descuidar da vida pessoal, já que mudar de país e cultura terão impactos não só na vida do profissional, mas em toda a família, caso todo o núcleo decida ir junto.

“É preciso estar atento, por exemplo, nas diferenças educacionais para os filhos (se houver), já que ano letivo é diferente no Hemisfério Norte, caso o país de escolha seja por lá”.

Há também a diferença de renda. Segundo o especialista, é incomum que ambos no casal sejam transferidos com empregos para fora. Ou seja: a renda de um dos cônjuges vai ser perdida na mudança e “raramente” o outro parceiro/parceira vai suprir a diferença apenas com seus rendimentos.

“Se o casal estiver de acordo, isso não é um problema. A questão é estar sempre atento às alterações na renda e no estilo de vida para evitar frustrações que podem, inclusive, desgastar a relação familiar, que já estará vivendo um momento de mudanças”, comenta André.

Sobre o autor:

André Rezende é consultor, palestrante e mentor de pessoas e negócios, com uma carreira focada em atingimento de objetivos e resultados. Formado em Administração de empresas, pós-graduado em Gerência Financeira, Finanças Corporativas e MBA executiva em finanças, além de psicologia positiva, já ocupou cargos executivos de gestão e liderança em grandes empresas. Como pano de fundo para sua metodologia está o Caminho de Santiago, uma peregrinação milenar realizada pelo especialista e que o inspirou a moldar seus projetos de consultoria e a escrever o livro “O caminho da Liderança”, que em breve será lançado.

Matéria: Mariana Mimoso/ Digital Trix