Entre os dias 13 e 17 de agosto, o município de Cachoeira, no Recôncavo Baiano, será palco de mais uma edição da Festa da Boa Morte. Essa manifestação religiosa, com mais de dois séculos de existência e registrada como Patrimônio Imaterial da Bahia desde 2010, celebra a liberdade do povo negro, a resistência da mulher negra, a religiosidade e a cultura afro-brasileira. A Festa da Boa Morte, inscrita no Livro de Registro Especial de Eventos e Celebrações pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac), unidade vinculada à Secretaria de Cultura da Bahia (Secult-BA), é uma expressão característica da religiosidade popular.
A festividade começa em 13 de agosto, dia dedicado às falecidas, com as irmãs vestidas de branco saindo em procissão, carregando uma imagem em um andor em direção à Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário. No dia 14, com a imagem de Nossa Senhora da Boa Morte, as irmãs realizam uma procissão noturna, partindo da sede da Irmandade, carregando velas e entoando cânticos que fazem menção à dormição de Nossa Senhora. O dia 15 de agosto é dedicado a Nossa Senhora da Glória, com as irmãs levando flores e carregando o andor de Nossa Senhora da Glória até a Igreja Matriz, onde é celebrada uma missa e ocorre a transferência dos cargos, com a posse da nova comissão de festa.
A festa é promovida pela Irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte de Cachoeira, composta por mulheres negras descendentes de escravizados, e conta com o apoio do Governo do Estado, por meio das secretarias de Cultura (Secult-BA), através do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac), de Turismo (Setur-BA) e de Promoção da Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades Tradicionais (Sepromi). (mais…)