Por Dra. Bruna Naves Vaz de Oliveira – cirurgiã vascular
No dia 28 de maio é comemorado o Dia Internacional da Luta Pela Saúde da Mulher, e é importante lembrar, também, a importância do cuidado com a saúde vascular feminina, uma vez que 45% dos casos de varizes na população brasileira correspondem a esse público. O risco de complicações de varizes e trombose venosa ainda se intensifica em mulheres grávidas, em função de todas as alterações que ocorrem no organismo durante esse período. No mesmo dia 28, também é o Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna, data criada com o intuito de conscientizar a sociedade sobre os perigos enfrentados por gestantes durante e após a gravidez.
A trombose é uma patologia mais comum entre mulheres grávidas, com incidência de cinco a seis vezes maior do que nas mulheres que não estão no período gestacional. No pós-parto, as chances de trombose venosa podem ser até dez vezes maiores. O problema precisa ser diagnosticado e tratado o quanto antes, para evitar que a sua complicação mais temida- a evolução para uma embolia pulmonar, quadro grave que corresponde a razão de 10% das mortes de mães após o nascimento do bebê. O risco é ainda maior em pacientes que foram infectadas pela Covid-19, visto que essa condição aumenta a possibilidade de formação de trombos mesmo semanas a meses após os sintomas.
De acordo com a cirurgiã vascular e membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV), Dra. Bruna Naves Vaz de Oliveira, são diversos os fatores que levam ao desenvolvimento de coágulos sanguíneos (trombos) durante o puerpério, período de seis a oito semanas após o parto, em que a mulher passa por um processo de recuperação. Três desses motivos são os mais frequentes: a dificuldade de retorno do sangue das pernas para o coração, a lesão ou inflamação dos vasos sanguíneos e a hipercoagulabilidade típica do período (aumento da capacidade de formação de coágulos no sangue). (mais…)