A quarta edição do Festival Paisagem Sonora – Formação, Gestão e Difusão da Música, realizada em Santo Amaro, no Recôncavo da Bahia, começou nesta quinta-feira, 17 de novembro, tendo a música negra como estrela do dia. O evento, realizado pelo Centro de Cultura, Linguagens e Tecnologias Aplicadas da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (Cecult/UFRB) e pela Fundação Nacional de Artes (Funarte), pela primeira vez teve o próprio Pavilhão de Aulas no município como espaço principal, num convite à comunidade para adentrar a universidade pública e tomá-la como parte dos vínculos locais.
O dia foi aberto, às 9h, por saudação de alabês, sob comando de Baba Pote, que entoaram cânticos e toques de candomblé para abençoar o evento. Depois, Danillo Barata, idealizador do projeto, e Daniele Canedo, que responde pela coordenação geral junto com ele, uniram-se ao reitor da UFRB, Fábio Josué dos Santos, para uma fala oficial. Em seguida, a primeira mesa da programação, “Artivismos urbanos: vagalumes, formigas e borboletas em alianças”, teve os palestrantes convidados Cíntia Fernandes (UERJ) e Micael Herschmann (UFRJ), que apresentaram resultados de uma pesquisa com redes musicais que ocupam o espaço público na cidade do Rio de Janeiro e na qual foi identificado um crescimento exponencial das práticas artivistas, que vêm pautando o ambiente artístico-intelectual na contemporaneidade.
No turno da tarde, duas mesas com trabalhos selecionados em chamada pública tematizaram “Gêneros, pós-gêneros, sexualidades e práticas musicais” e “Música em diálogo: palcos, presenças e personas”. Também foi oferecida uma oficina aberta de música com Giba Gonçalves, que tem sua arte e pesquisa centradas na percussão afro-brasileira. Fundador do projeto Batalá, que espalha o samba-reggae pelo mundo com mais de 45 bandas e 1.500 percussionistas, ele tratou da origem dos instrumentos de percussão com os participantes. (mais…)