Por Jorge Soares – Doutor em Filosofia.
“Quando somos generosos com o outro, percebemos que ele tem desejos e necessidades como nós. Nos colocamos em nível de igualdade”.
Esse sentimento de reconhecimento faz com que a gente se sinta parte de algo muito maior. Se eu e o outro somos, de certa forma, iguais, ninguém está sozinho. Nós estamos sempre em encontro com o outro na concepção de Martin Buber “A vida é um encontro do Eu e o Tu”. Por isso, que é importante ter uma vida simples, uma vida tranquila e que a gente possa compreender essa dimensão que é no encontro com o outro que nos proporciona justamente o olhar do outro nos transformando em SER HUMANO e compreendendo que a nossa vida é sempre um encontro.
Por isso, que devemos ser generoso com o outro, eu sei que não é fácil se colocar no lugar do outro, ser empático, se colocar no lugar do outro como um grande encontro a ser comparado, observar esse outro, porque nós só poderemos se avaliar quem somos de verdade, quando a gente se coloca na posição de avaliador do outro como um espelho para mim. Essa visão faz com que eu possa compreender que se eu vejo o outro, que não me é afável ou amável para que eu possa ser diferente e isso é o que nos deixa em uma condição justamente de um SER que dependemos do outro para que possamos fazer uma avaliação, sendo assim contraria a ideia de Sartre, quando ele diz que o “outro é um inferno para mim”. Isso dentro de uma ótica filosófica existencial incomoda e eu tenho que me sentir ou medir minhas perceptivas dentro de um mundo de humanos, porque nós convivemos com o ser humano, não convivemos com seres diferentes, do ser humano.
O ser humano é assim. Quem não gosta de gente, não há como conviver com gente. Um ser humano que não suporta a presença do outro fica difícil a convivência. Na condição de humano, o próprio ser humano serve como parâmetro para avaliar quem nós somos. Quem sou eu? A verdade é que precisamos ser pessoas melhores ou ainda melhores. Ser uma pessoa que valha a pena estar perto.
Porque a gente sabe que existem pessoas que não vale a pena estar perto. Não é verdade? Muitas vezes vivemos cercados de pessoas no nosso dia a dia, não importa onde seja, no trabalho, na escola, no trânsito, na rua ou qualquer outro lugar e com certeza você já deve ter se deparado com alguma situação que você fez uma boa ação, ou viu alguém realizando uma boa ação. Quando você ajuda uma pessoa, na verdade está ajudando a si mesmo. É no outro que nos encontramos como pessoa, ‘Através dos outros, nos tornamos nós mesmos. ” Lev Vygotsky.
Obrigado ao jornalista Helio Alves por oportunizar a conceder essa entrevista ao Tribunal do Recôncavo. Que neste ano de 2023 possamos ser pessoas melhores. Fazendo o bem, com generosidade em nossas ações e posições éticas.
*Dr Jorge Soares possui Doutorado em Filosofia com ênfase em Psicologia Social; é Licenciado em Filosofia, Pedagogo, Psicanalista, e possui Formação em Radialismo e TV.
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