Desde o dia 16 de setembro cerca de 20 comunidades tradicionais dos municípios de Correntina e Santa Maria da Vitória, no oeste da Bahia, estão sendo atacadas por empresas e fazendeiros que, com o uso de tratores e correntão, estão desmatando áreas coletivas tradicionais e destruindo ranchos e benfeitorias. Além disso, os territórios tradicionais estão sob vigilância de aproximadamente 18 homens fortemente armados, que se caracterizam como “pistoleiros” ou “milícias rurais”. A ação dos milicianos já resultou na destruição da casa de abrigo e ranchos do Fecho do Cupim entre os dias 16 e 18, conforme boletim de ocorrência. Segundo relatos, eles estão circulando livremente pelos territórios tradicionais fazendo ameaças e intimidando os comunitários.
Os territórios sob ataque são os Fundos e Fechos de Pasto de Capão do Modesto, Porcos, Guará e Pombas, Cupim, Vereda da Felicidade e Bois, Arriba e Abaixo. O desmatamento tem sido realizado por cinco tratores de esteira e correntão, técnica utilizada para devastação da vegetação nativa de Cerrado, e impactado as áreas coletivas tradicionais, que são reconhecidas pelo Cerrado em pé, pela proteção da biodiversidade.
Governo acionado
Na manhã de sexta-feira (30/09), associações comunitárias locais e mais 56 organizações, movimentos e entidades articulados na Campanha Nacional em Defesa do Cerrado enviaram um ofício ao governador da Bahia, Rui Costa, denunciando os ataques cometidos pelas empresas e fazendeiros contra as comunidades e demandando ações para apurar e coibir as violações de direitos humanos. O Conselho Nacional dos Direitos Humanos (CNDH) e os Ministérios Público Federal e Estadual na Bahia também receberam o ofício. (mais…)