Historiadora, pedagoga e especialista em História e Cultura Baiana, Magnair Santos lançará, no dia 8 de abril, o livro “Maragogipe e as Águas Encantadas”, que sai em versão impressa e e-book. A obra apresenta os elementos simbólicos que compõem a Festa da Barquinha, realizada na virada de 31 de dezembro para 1º de janeiro, em Maragogipe, no Recôncavo baiano. Durante os festejos, os moradores do Quilombo da Enseada do Paraguaçu presenteiam “a Dona das Águas”, mesclando ritos do catolicismo, dos povos indígenas e de religiões de matrizes africanas.
A manifestação cultural busca selar um compromisso pelo cuidado das águas, meio de subsistência da comunidade. Na publicação, os leitores poderão conhecer mais detalhes sobre indumentária, composição de cortejo, participantes diretos e indiretos, cânticos e lugares sagrados da Festa da Barquinha, e assim entender a importância da iniciativa como bem cultural da comunidade. O livro revela, também, a relação afetiva da autora com a cidade de Maragogipe, berço dos seus antepassados.
“O livro nasce, não apenas para preservar, mas também para perpetuar essa história viva. Nesse trabalho, busquei entender a relação existente entre os universos simbólico e religioso presentes na festa da barquinha do quilombo Enseada do Paraguaçu. Uma festividade para as águas, realizada na virada de cada ano há cerca de um século, direcionada aos encantos e encantados que moram nas águas desse território. Uma festa que persiste mesmo diante dos conflitos internos e externos, gerados pela instalação de um empreendimento naval na localidade, e que reafirma a identidade e espacialidade do grupo”, diz Magnair Barbosa.
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