Logo no início de dezembro, quando a chuva começou a causar estragos no extremo sul baiano, Thyara Pataxó, com a Juventude Pataxó, iniciou a arrecadação de dinheiro para compra de cestas básicas para a Aldeia Pataxó Novos Guerreiros, em Porto Seguro. A pressa, segundo Thyara, era porque eles sabiam que a ajuda por parte da prefeitura tardaria a chegar.

Ela, que é uma liderança em sua comunidade, conta que só foram receber algum tipo de suporte na semana passada, vinda da Fundação Nacional do Índio (Funai). “A prefeitura daqui não entrou em contato com nenhuma comunidade para saber a situação”, afirma. No início da campanha de arrecadação de dinheiro, o objetivo de Thyara era conseguir comprar 30 cestas básicas, o suficiente para suprir as necessidades de todas as famílias da sua aldeia. Mas algumas semanas depois, e com as chuvas ainda causando impactos, esse número chegou em 190 cestas arrecadadas.

O sucesso na campanha foi tanto que agora o esforço tem sido voltado para ajudar outras comunidades indígenas que estão sendo mais afetadas pelas novas enchentes. “Minha aldeia fica no território de Ponta Grande, que também foi atingida pelas chuvas, mas conseguimos mapear as familias atingidas e suprir as necessidades delas. Por conta das ações que fizemos, que deram super certo, eu resolvi ampliar para outros territórios”, explica Thyara. As doações podem ser feitas de qualquer lugar do país, através do Pix: (73) 99198-2962.

Metro1

Os indígenas Pataxó, que vivem em Cumuruxatiba, distrito de Prado, no Extremo Sul baiano, estão sofrendo com os desastres causados pelas chuvas que se iniciaram na madrugada do último dia 8, devastando a região e deixando diversas pessoas desabrigadas. Além das moradias, os indígenas também perderam os animais e suas plantações.

“Muitas casas alagadas, as ruas destruídas, represas estouradas, muitas pessoas desabrigadas. Essas pessoas desabrigadas estão ficando numa escola, no momento estamos ilhados pois as pontes que fazem ligação com as outras cidades ao redor caíram, então os alimentos estão faltando, a gente tá sem abastecimento, as pessoas que precisam de médico ou gestantes tiveram que sair daqui de helicóptero, pois pela estrada não dá pra passar”, relatou a estudante de economia pela UFBA, Claudia Pataxó.

Já a comunidade Pataxó de Boca da Mata e de Cassiana, em Porto Seguro, viram a ponte do Corrego do Cemitério que dá acesso às duas comunidades, mas também à comunidade de Meio da Mata e até Barra Velha ser levada pela chuva. “Aqui toda vez que a ponte quebra a gente que cobra, a gente que faz, tem várias promessas do município, mas até hoje nada foi feito com relação a ponte pelo município. Esperamos que depois disso que depois dessa situação eles vejam aí e façam uma ponte de concreto, mas enquanto isso é nós que construímos de madeira”, relatou Alfredo Santana Ferreira, presidente do concelho dos caciques da terra indígena de Barra Velha, em entrevista ao Tribuna do Recôncavo.

As comunidades estão com uma campanha solidaria em que todo valor arrecadado será revertido em alimentos, remédios, produtos de higiene pessoal, água, colchões, fraldas, construção e reparo de pontes, com o objetivo de dar suporte as comunidades indígenas do Sul, Extremo Sul e Oeste da Bahia, atingidas pelas fortes chuvas.

Dados da conta da Associação:

• Banco do Brasil
• Agência: 3466-5
• Conta: 3011-2
• Chave Pix – CNPJ: 13100342000125

Matéria: Uanderson Alves/ Tribuna do Recôncavo

 

Ver essa foto no Instagram

 

Uma publicação compartilhada por Tribuna do Recôncavo (@tribunadoreconcavo1)